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quarta-feira, 8 de abril de 2009

As Dores da Alma e a Saudade - por Ana Maria Guimarães Ferreira

Existem muitas formas de se sentir as dores das perdas de amores: o amor do amante, amor da mãe, amor do amigo, amor do filho... são tantos que páginas inteiras seriam necessárias para se colocar aqui essas dores e os tipos delas.
Muitas vezes sentimos a dor da perda de todas as relações: quando perdemos o amante que nos trazia sentimentos tão doces.
Quando o filho que tanto amamos parte para lugares tão distantes que temos a nítida sensação de que nunca mais o teremos, que nunca mais faremos parte do seu coração.
Quando ele cresce e, com as asas de anjo, nos deixa e vai construir seu novo ninho e lá abrigará seus filhotes. Parece que ele voará e nunca mais voltará. É o que dizem ser a síndrome do ninho vazio.
Quando o amigo que tanto estimamos se torna injusto, cruel, deixa de gostar de nós e se vê como um inimigo, não nos dando a chance de mostrar o quando ele está errado em nos deixar ir. Olhamos para trás e lembramos-nos das vezes em que juntos superamos obstáculos, erguemos do chão as mágoas e dores de cada um. Quando lembramos o quanto o amamos, quantas vezes o perdoamos e quantas vezes procuramos ser justos...
Quando a mãe que amamos nos deixa desamparados e sós e parte para outro plano e temos a certeza de que nunca mais a veremos, nunca mais teremos seu colo amigo, suas palavras reconfortantes, seu abraço eloquente... Só lembramo-nos das cores fortes do arco-íris que ela pintava para nossos olhos.
São dores tão fortes. São as dores que nos obrigam a ver que nunca mais teremos o outro ou que será difícil o termos de novo do jeito que era.
Nosso amor parece que fica embrulhado num pedaço de jornal velho e rasgado cheio de notícias dos tempos que vivemos... cheios de saudades.
Não conseguimos ver mais nada, não enxergamos nada. O escuro se abate sob nossos olhos e só enxergamos a escuridão. Parece que nunca mais o sol vai brilhar, parece que o tempo se estica cada vez mais e fica mais e mais comprido, aumentando assim a distância que nos unia...
E dá uma saudade doída, uma saudade que corrói, que machuca, que dói.
Uma saudade de querer ver de novo, de querer sentir bracinhos infantis à volta do nosso pescoço, de braços adultos que nos fazem sentir seguras e protegidas, de mãos amigas que nos ajudem a levantar quando caímos e machucamos e que curam a dor tão doída, que curam a ferida sentida...
Uma saudade tão grande que machuca como um punhal que corta em pedaços o nosso coração.
As dores são muitas, mas todas doem profundamente e deixam marcas que nem o tempo destrói...
Dores do corpo, dores na alma. Feridas no coração que sangra e que nunca estanca o sangue.
Saudade da poesia do amor do amigo, do amante, da mãe, do filho... saudade, só saudade...



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Um comentário:

ana maria disse...

CARTA DE UMA MULHER MADURA APAIXONADA

Meu querido,


Quero que saibas mais sobre mim por isso te conto um pouco mais da minha história.
De repente você deixa de ser aquela pessoa que teve uma vida como todos: amor, casamento, família, filhos e repentinamente, você esta sozinha.
Casamento que se desfez, família que esta cada um num lugar do mundo, filhos que se casaram e você sozinha, pensando em como era bom quando você tinha alguém para dividir os sonhos, filhos pequenos que faziam você sonhar em como seria o futuro deles...
Vem a tristeza, um sentimento de vazio preenchido com os amigos que ligam e convidam para sair, viajar. Mas falta algo, falta o amor profundo, o amor maduro e ao mesmo tempo irresponsável, aquele que dá sem cobrar, aquele que preenche sem faltar.
De repente, você recebe a notícia que há muito esperava – a chegada de um novo amor. Alguém que vai mexer com o seu coração, com seus sentimentos. Alguém que você vai amar sem limites. Um amor que não corrige erros como o amor dos pais. Um amor sem cobranças que não é como o dos amantes – um amor que não sufoca, um amor que alivia, um amor que é ternura pura.
A expectativa de conhecê-lo é grande demais. As esperanças são enormes. O desejo quase explode dentro do peito.
Antes mesmo de conhecê-lo você se preocupa com ele. Vê fotos não tão nítidas e se percebe amando-o mesmo sem conseguir vê-lo ainda, sem saber como ele é.
Mas não é um amor cego – é um amor incondicional.
Quer comprar para ele o mundo. Quer comprar para ele as roupas mais lindas que existirem, os presentes mais caros. Quer cobri-lo de beijos, de abraços, de ternura, mas teme sufocá-lo.
Tem medo de perdê-lo para as outras, antes mesmo de tê-lo.
Teme que ele não te ame tanto, que se esqueça de ti, que não te queira tanto quando você a ele. Que ele não queira te ver com a freqüência que você quer vê-lo.
Sabe que ele tem outra, mas não desiste. Sua rival apenas vai dividir esse amor infinito. Aliás, você descobre que ele tem outras mulheres em sua vida, outros amores, mas você nem liga, você não desiste.
Desta vez você não se preocupa em dividir; Você o quer de qualquer jeito, mesmo que ele só possa te dar um pouco desse imenso amor que ele tem. Que ele só possa passar contigo alguns dias, que só possa te ver uma ou duas vezes ao ano. Que importa?
Terão telefonemas, terão e-mails, terão fotos trocadas, terá o skype para ouvir sua voz e imaginar como ele esta.
Os sorrisos, os risos ouvidos guardados.
Terá a cumplicidade do aceite das coisas que ele fizer ou disser mesmo que erradas.
Ele saberá que é amado pelo simples olhar da cumplicidade. E terá a compreensão do mundo pelas faltas que cometer.
Terão muitas boas noites ditas com um sussurro apaixonado.
Terá uma pessoa apaixonada que o cobrirá de beijos de abraços apertados e de muito, muito amor.
Quero que saibas que te espero assim. Transparente ou como na música de alma transparente, de coração aberto.
Para finalizar apenas uma coisa: Te amo!

Assinado: sua avó Ana