Eu não quero ser chamado de chuchu. Como posso querer ser relacionado a uma coisa sem sabor, que não tem, por si só, capacidade de ser o prato principal de absolutamente nada de respeito? Veja bem, meu amor, essas coisas de ser especial, de morar no fundo do coração e tudo mais não combinam com uma hortaliça fruto de quinta categoria.
Eu prefiro até apelidos mais idiotas, bem afeitos a quem está apaixonado. Mas não pode ser também inho (odeio diminutivos, essa redução a um nada significante), mozão, neném, nego, branco, amarelo, docinho, bebê, bombom, anjo, ou qualquer coisa que já chamem por aí. Você foi dizer que eu era especial na sua vida, problema seu. Agora quero ser chamado de uma coisa que faça jus a essa singularidade.
Eu quero ser lembrado exatamente pelo que sinto por você. Um nome que remeta ao jeito que fico a seu lado, bobo, admirado, de coração acelerado, feliz até por receber um beijo no meio da rua, andar como dois adolescentes apaixonados, como quem descobriu tudo isso pela primeira vez. Como é o nome que se dá quando a gente acorda e pensa logo naquela pessoa? Do que posso chamar alguém que me fez ver que essa vidinha ordinária ainda pode ter um sentido?
E você ainda tem a coragem de me chamar de chuchu? Diga-me, o que essa cucurbitácea, originária da América Central, representa diante de tudo que falei até agora? Se você quisesse dizer que ela tem sabor suave, é de fácil digestibilidade, rica em fibras, com poucas calorias, abundante em potássio e fonte de vitaminas A e C, eu poderia até me empolgar. Até porque o que sinto por você é leve e sobretudo saudável. Mas tenho certeza de que você não se refere à fonte protéica deste parente do pepino e da melancia. Você está com preguiça de pensar em algo mais singular que traduza o que sentimos um pelo outro.
Eu quero ser chamado de amor. Essa coisa que faz o tempo ser mais do que cronológico, ser espacial, atemporal, que dura para sempre, pois é feito de momentos que jamais esqueceremos. Da próxima vez que você me chamar de chuchu, eu vou te dar vários deles, centenas de chuchus para você beijar, acariciar, ter ao seu lado como companheiros inseparáveis. Mais do que isso, vou fazer você comer chuchu três vezes ao dia, todo dia. Uma vida perfeitamente vegetativa. Parecerão comigo? Duvido que todos eles sejam capazes de sentir o que sinto por você. Por isso eu imploro, suplico, peço-lhe por clemência: que diabo, o meu nome não é chuchu!
Eu prefiro até apelidos mais idiotas, bem afeitos a quem está apaixonado. Mas não pode ser também inho (odeio diminutivos, essa redução a um nada significante), mozão, neném, nego, branco, amarelo, docinho, bebê, bombom, anjo, ou qualquer coisa que já chamem por aí. Você foi dizer que eu era especial na sua vida, problema seu. Agora quero ser chamado de uma coisa que faça jus a essa singularidade.
Eu quero ser lembrado exatamente pelo que sinto por você. Um nome que remeta ao jeito que fico a seu lado, bobo, admirado, de coração acelerado, feliz até por receber um beijo no meio da rua, andar como dois adolescentes apaixonados, como quem descobriu tudo isso pela primeira vez. Como é o nome que se dá quando a gente acorda e pensa logo naquela pessoa? Do que posso chamar alguém que me fez ver que essa vidinha ordinária ainda pode ter um sentido?
E você ainda tem a coragem de me chamar de chuchu? Diga-me, o que essa cucurbitácea, originária da América Central, representa diante de tudo que falei até agora? Se você quisesse dizer que ela tem sabor suave, é de fácil digestibilidade, rica em fibras, com poucas calorias, abundante em potássio e fonte de vitaminas A e C, eu poderia até me empolgar. Até porque o que sinto por você é leve e sobretudo saudável. Mas tenho certeza de que você não se refere à fonte protéica deste parente do pepino e da melancia. Você está com preguiça de pensar em algo mais singular que traduza o que sentimos um pelo outro.
Eu quero ser chamado de amor. Essa coisa que faz o tempo ser mais do que cronológico, ser espacial, atemporal, que dura para sempre, pois é feito de momentos que jamais esqueceremos. Da próxima vez que você me chamar de chuchu, eu vou te dar vários deles, centenas de chuchus para você beijar, acariciar, ter ao seu lado como companheiros inseparáveis. Mais do que isso, vou fazer você comer chuchu três vezes ao dia, todo dia. Uma vida perfeitamente vegetativa. Parecerão comigo? Duvido que todos eles sejam capazes de sentir o que sinto por você. Por isso eu imploro, suplico, peço-lhe por clemência: que diabo, o meu nome não é chuchu!
3 comentários:
Bruno
Entendo perfeitamente os seus argumentos. Até o nada saudoso Maluf chamava o seu rival político Alkmin de picolé de chuchu. Mas quem nunca chamou seu amor de chuchu ou chuchuzinho que atire a primeira pedra.
Por falar em chuchu, sua crônica está saborosa como sempre mesmo quando fala de algo sem sabor.
Clarice
Clarice,
Obrigado pelo elogio! e quanto ao chuchu, tudo na vida tem que ter sabor. Tenho uma crônica chamada Receita para aprendizes de feijoada. Nem precisa dizer que sou um bom gourmet...risos...beijos!
Bruno:
Já conhecia esta crônica lá do seu blog, mas é sempre muito bom ler você! Ri muito novamente!
Abraço!
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