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33 comentários:
Comentário por Adir — 8 fevereiro 2009 @ 21:16
Carnaval
Tinha eu quatorze anos, época em que os hormônios clamam por felicidade.
Na semana seguinte seria Carnaval e primas e amiguinhas de melhores posses do que eu, não falavam de outra coisa e, como sempre, já haviam decidido o que fazer e para onde ir naquela longa semana de folga.
Só eu e minhas irmãs cumpriríamos a mesma rotina de dias iguais, já que não tínhamos condições financeiras para gastos com lazer.
Era Carnaval e eu, mais do que ninguém ficava enlouquecida com os bailes fomentados na mente, na imaginação desenfreada de quem admira a festa.
Acho que naquele dia, Deus ouviu minhas preces e fez com que duas das minhas primas mais próximas convidassem a mim e a minha irmã quase gêmea, então com treze anos, para um baile noturno. Não seria perigoso pois todos iríamos com meus tios e era bem próximo de casa, num daqueles clubes familiares criados por moradores do local. Antes que meus pais consentissem – sabia que iriam permitir nossa ida – fiz de relance uma fantasia em torno da questão. Lá, já me vi pulando entre os foliões e chamando a atenção geral com a minha fantasia. No entanto, a fantasia seria um grande problema, já que não possuíamos nenhuma veste que, trabalhada em última hora, pudesse ser transformada em traje carnavalesco.
Sem admitir essa impossibilidade, resolvi vestir o meu vestido mais apresentável, verde água, por cima de uma calça preta justa. Colocado por dentro da calça, dobrava-se por cima dela, dando uma aparência de – melindrosa – que, com colares e pulseiras coloridos, nada deixaria a desejar a fantasias mais simples.
Fiz o mesmo com o de minha irmã que era de cor rosa. E assim, fomos para o baile.
Eu me diverti tanto, tanto, que nem um lanche oferecido pelo meu tio me fez parar de dançar.
Nas primeiras horas da madrugada e com o baile terminando, fomos deixadas na porta de casa. Meu pai, avisado com antecedência, abriu a porta em silêncio, para que as outras crianças e minha mãe não acordassem.
Minha alegria cessou quando, ao me despir para o banho, deparei-me com o vestido, único traje para as ocasiões festeiras, todo manchado de preto. O mesmo ocorreu com o de minha irmã.
Não preciso detalhar o que ocorreu no dia seguinte quando minha mãe viu, nem sobre os castigos que sofremos.
CASSINHA
Candura ela tem demais
Amor então, nem se fala.
Simplória nos atos,
Sempre arrecada carinhos…
Inventa situações e
Não descarta opiniões,
Hoje, ontem, amanhã
Assim será esse anjinho
JORGE QUEIROZ DA SILVA
Justamente hoje, feriado
O meu susto foi maior
Relendo várias vezes o bilhete
Grande surpresa imaginei
E ainda assim, acreditei.
Queria ele que eu fosse
Um dia com ele à Paris
E outra vez lá em Roma
Iria de novo ser feliz
Roguei a Deus que desistisse
Outrora, até podia ser…
Zebra como essa, não sei…
Diante de tanta insistência
Assenti para não magoar…
Só de pensar em partir
Indo com ele sem querer,
Levando ou não alguém comigo
Viajaria a sofrer e mesmo na imaginação
Ainda assim eu penei.
FELICIDADE
Feliz de quem pode na vida
Estar onde e com quem quiser
Longe ou perto
Insisto e persisto
Conseguir esse ideal
Idealizo a pessoa
Dela faço objetivo
Aceito planos e feitos
De modo que eu sempre tenha
Essa tal felicidade!
ALTERNATIVA
Sinto que hoje não tenho alternativa. É pegar ou largar. E quanto de mal isso me faz. Não sei como cheguei a esse ponto, parece que tudo caminhou lentamente, sem que eu pudesse assim perceber, mas o fato é que agora a questão é definitiva e imutável.
Ou me modifico ou continuarei a me envergonhar de não respeitar meus limites, meus próprios desejos.
Acho que é sempre assim.
Chega um momento crucial em nossas vidas, onde você, unicamente você, ditará os caminhos.
ABENÇOADA
É uma pessoa abençoada por Deus.
Vejo isso, sinto isso, pelas pessoas que a cercam no cotidiano.
É privilegiada por ser refratária às coisas negativas.
Sinto que parece ter um invólucro que, percebido pelas outras pessoas, as impede de mostrarem-se infelizes.
Tanto é que suas conversas dizem sempre do amor, da alegria, das situações diárias de leveza. Quando um assunto ou outro é doloroso, é comum transformar-se em piada ou parecer ser uma inverdade.
Parece que na fila do Céu, ela fugiu daquela que distribuía dissabores, fazendo questão de transformar cada ato em algo positivo para a sua própria felicidade.
RECADO
Pediram que eu desse o recado.
Se ao menos fosse um recado agradável, que felicidade trouxesse a quem o recebesse…
Mas não, era um recado que se sabia de antemão traria de volta amargas vivências.
Fiquei entre a cruz e a espada – não podia me negar em fazê-lo - e não queria presenciar, de novo, na minha frente, uma alma triste, arrependida de atos não cometidos nesta encarnação.
Pensei, repensei e embora num primeiro momento houvesse decidido por não passar o recado, preferi arranjar um modo que, mesmo em desacordo com minha forma de ser, deixasse ambas as partes em paz.
Usei de minha criatividade e fiz um enredo plausível, aproveitando um bendito gancho na conversa que, felizmente foi absorvido como absolutamente real, pela pessoa que deveria receber o recado.
Agora, depois do problema solucionado, fico eu em conflito com os meus deveres de verdade e, mais uma vez, me prometo não entrar em outra armadilha.
A COROA
É verão. Ela mora num edifício com ampla área de lazer e duas piscinas.
Vive só, num apartamento decorado com gosto que faz questão de exibir para aqueles que batem à sua porta, a procura de fósforo ou açúcar, na intenção, talvez de saber algo mais sobre sua vida.
Não trabalha desde que ali reside, mas vive confortavelmente como demonstra, seja pelas compras feitas pela Internet – várias, de baixo e alto custo – habitualmente recebidas pelos porteiros e propagandeadas pelos mesmos e também pela diversidade de trajes que faz questão de trocar algumas vezes ao dia e exibir em suas descidas ao play.
Todos os dias pratica o mesmo ritual.
Acorda às 6.00 hs da manhã e vai à padaria da esquina comprar o pão doce encomendado na véspera e feito quase que com exclusividade para ela.
Às 10.00 hs desce para a área de lazer. Faz uso das escadas alegando necessitar de exercícios para melhorar a saúde. Cumpre cautelosamente essa descida pelos oito andares, solitariamente.
Já na área de lazer procura sentar-se em meio ao maior número de moradores e participar das conversas do grupo, mostrando-se sempre atualizada com os fatos corriqueiros e com as novas tecnologias.
Ninguém ainda conseguiu descobrir sua idade. Aparenta, no máximo, ter uns 56 anos.
É verão. Usa trajes adequados para a praia e traz consigo todos os apetrechos necessários - da sacola com protetor solar, água, toalha à barraca e cadeira para o repouso – mas nunca, usa a piscina. Lá, permanece cerca de três horas e partilha de todos os acontecimentos.
Hoje, uma vizinha, mais indelicada, a questionou sobre o fato.
Conversou e desconversou, até levantar a saia e exibir uma feia cicatriz na perna direita que subia até o início da coxa, oriunda de uma queimadura numa explosão de gás.
Comentário por Adir — 9 fevereiro 2009 @ 9:14
A simpática convivência com meu tio Nilo, e suas historias maravilhosas!
Meu tio Nilo foi um dos meus sete tios.
Tendo nascido de parto prematuro aos seis meses de gestação teria menos possibilidade de viver com saúde, ainda mais numa época em que tudo era muito complicado. Como dizia minha mãe, nascer era tão problemático, como morrer.
Lembro que nas historias de família, mamãe contava que o seu primeiro berço foi uma caixa de sapatos, pois como prematuro de extremo risco, necessitava de cuidados muito especiais para sobreviver.
Podemos imaginar a dificuldade da família para que na altura dos seus vinte anos, sem qualquer recurso especial, ele pudesse ser considerado uma pessoa de saúde normal.
No entanto, de todos os meus tios, era o mais inteligente, embora tivesse o menor grau de instrução.
Em compensação, foi durante toda a sua vida, o melhor dos tios e o que mais valeu à minha mãe, sendo sempre o seu fiel escudeiro.
Morou em nossa casa até término da sua vida e era um ser bem diferente dos demais.
Não tinha muito juízo, mas alegrava todos os nossos almoços de domingo, com suas brincadeiras e grande otimismo.
Era quem ajudava financeiramente a minha mãe, visto que a contemplava com um pouco do resultado das gorjetas que recebia.
Agradava assim minha mãe pelos cuidados especiais que lhe devotava com o bom trato de suas roupas e com sua alimentação. Aliás, minha mãe tornou-se sua protetora, desde a morte de sua mãe.
Na época, apesar da pouca idade em relação a ele, sempre cuidou , para que ele pudesse ter algum rendimento, que lhe garantisse o dia de amanhã.
Deu-lhe algumas idéias para que ele pudesse ter algum dinheiro, um ganho como autônomo, pois era um participante ativo, das nossas noites cariocas, no Edifício Avenida Central, na Avenida Rio Branco.
Sempre nos dias de Natal e Ano Novo, ele fazia questão de brindar a todos, com uma pequena lembrança, e não nos poupava dos seus famosos e engraçados discursos otimistas, onde sempre dizia, que todas as pessoas daquela mesa de ceia, um dia ainda iriam se banhar em muito dinheiro!
E era aquela saudação na passagem de cada ano, que sempre nos trazia alguma alegria, porque, em segundos, ele nos transformava em raros milionários na sua forma otimista de nos ver, falando com bastante ênfase, de pé, na cabeceira da mesa de Natal.
Não possuía nenhum certificado escolar ou profissional, apenas uma carteira de identidade, mas, mesmo assim, conseguia ganhar dinheiro como ninguém.
Causava inveja a muitos chefes de família, com os ganhos recebidos com um sub-emprego, o de abrir as portas dos carros, na entrada do Jóquei Clube do Brasil, na sua antiga sede na Av. Almirante Barroso.
Era um guardador dos carros oficiais, que naquela área, ficavam sob sua responsabilidade. Trabalhou ali, por mais de trinta anos.
No exercício do seu trabalho teve a oportunidade de se aproximar naturalmente, de todos os Ministros, Juízes, Senadores, Deputados e até mesmo, do Presidente da República, o Getúlio Vargas, chegando, nessa oportunidade a abrir as portas do carro do consulado Americano, que conduzia o Presidente Roosevelt, freqüentemente no Brasil, faturando a sua primeira gorjeta em dólares. Também servia nas portas dos Clubes, inclusive o Clube Naval.
Era muito o que ganhava com as gorjetas, abrindo as portas dos automóveis luxuosos dessas autoridades, visto que empatizava com todos.
Minha mãe sempre dizia que se ele tivesse tido juízo, teria feito um excelente pé de meia.
Por trabalhar na rua e devido a sua grande facilidade de ganho, dele se aproximavam também as prostitutas, os homossexuais, os mendigos e os cachaceiros das noitadas, que se faziam de amigos, para o levar para beber, com a finalidade única, de lhe tomar dinheiro.
Ele se trajava sempre com roupas de primeira qualidade, e o interessante é que nunca gastou o dinheiro do seu trabalho, para comprar suas vestimentas e sapatos, pois ganhava daquelas autoridades. Às vezes, com orgulho, exibia um par de sapatos que não usava em respeito ao dono, o Getúlio Vargas.
Infelizmente, a bebida que lhe faziam pagar na rua, não só prejudicava no resultado do seu trabalho e ganho, como também, o levavam a um estado de total embriaguez, que o fazia até dormir pelas calçadas da Cidade.
Quantas e quantas vezes eu, ainda menino, com muita pena,tentava lhe levantar do chão frio e até molhado pela chuva.
Quando ele conseguia chegar em casa, normalmente estava, totalmente sujo, o que causava um impacto pela desconexão com sua roupa alinhada .
Cheirando mal, levava minha mãe ao desespero, quando entrando pela porta da nossa casa a dentro, gritava por ajuda, fingindo estar sendo vitima de forte dor de barriga.
Lembro-me de minha mãe clamando pelo Deus do Céu, Jesus Cristo e Nossa Senhora, enquanto mandava que ele fosse direto para o banheiro, pegasse as roupas e as jogasse no molho direto no tanque de roupas, para que depois cuidasse delas.
Mesmo assim, com todas as dificuldades de vida, ele sempre foi, dos meus tios, o mais honesto, o mais consciente com a minha mãe, aquele a quem eu mais respeitava e com quem mais conversava.
Recordo-me de que me trazia balas e pequenos brinquedos, ajudava ainda nas compras de meus cadernos e livros escolares.
Era dono do maior otimismo de vida, pois a convivência que ele manteve com autoridades e políticos, sempre o levaram ao delírio!
Foi um importante personagem na minha vida infantil, que me fez ouvir pela primeira vez o nome de milhões de contos de reis, a moeda da época, muito difícil de se ganhar. Duvido muito se qualquer outra pessoa, que mantivesse um papo com ele de, pelo menos dez minutos, não passasse a se sentir um grande milionário !
Lembro também que às vezes meu pai, muito nervoso com suas histórias, queria expulsá-lo lá de casa, principalmente por ele fazer minha mãe passar por todos aqueles momentos inconvenientes.
Eu era ainda um menino e a historia mais incomum que ouvi a seu respeito foi aquela, em que ele, na tentativa de imitar os guias espirituais de minha mãe e de outras pessoas que eram ligadas à religião, se instalou na casa de uma mulher de vida fácil.
Lá longe de nossa casa, na Baía da Guanabara, se fazia passar por um guia conselheiro, incorporando simuladamente o “Caboclo Mamador” , que baixava dizendo - Caboclo, mamador, Caboclo, quer mamar - e só atendia as mulheres, mais jovens residentes naquela região, onde ele era totalmente desconhecido,
Além de ganhar pelos trabalhos, ele ainda criava em volta dele, um circulo só de mulheres jovens, que curiosas e ansiosas para obterem os milagres de vida, em relação a casamento, obedeciam as suas ordens quando pedia que colocassem seus seios para fora. E ele saia mamando e repetindo que ao mamar, ele traria bons fluídos às consulentes. Daria força às mulheres para arranjar um bom casamento com um rico pretendente ou um bom emprego.
E eu só vim a saber dessa história, depois que os jornais de Niterói noticiaram a fama do caboclo mamador.
Não preciso dizer que ele foi detido, os jornais fizeram publicação a respeito, mas felizmente para ele, por ser réu primário, foi liberado pela policia, depois que fizeram o pagamento da fiança.
Portador de leve deficiência mental, uma leve esquizofrenia, foi ainda apoiado pela própria justiça, que classificou as mulheres, que lhe deram o seio para mamar, de sem-vergonhas, inexperientes, frizando que elas colaboraram diretamente, para que ele se utilizasse daquela farsa espiritual !
Lembro também da tristeza de minha mãe, quando soube das noticias que corriam nos jornais. - repetia sem parar : que vergonha, que vergonha, meu Deus! Não sei o que fazer com o Nilo!
Desse dia em diante, o tio Nilo, passou a ser um homem mais caseiro, deixando que as prostitutas do centro da Cidade, tomassem conta do dinheiro de seu trabalho honesto, como recepcionista das autoridades de Governo.
Comentário por Adir — 9 fevereiro 2009 @ 9:15
Ana, o tio Nilo é post do Jorge, tá, entrei errado com o meu nome.
Comentário por adhbrgsz — 9 fevereiro 2009 @ 7:38 |Editar
Prezado Shintoni;
Mais uma vez neste belo espaço de manifestações literárias - do qual muito me honra participar - deixo um texto para sua apreciação.
Por ora um grande abraço e ótima semana!
Adh
Categoria sugerida: Ausência
Cuidados cacos… [título]
Uma cacofonia sinfônica reverbera no lugar dos pensamentos;
uma sinfonia sem cautela,
uma sucessão de acontecimentos -
sem sucesso, sem tutela.
Ruídos intermináveis confundindo a cachimônia
numa tal sem-cerimônia
que irrita e embevece.
Emociona-se na balbúrdia que tortura e envelhece.
Uma súbita vontade de partir para o silêncio e a sombra.
Uma viagem sem retorno
para além de onde se assombra,
para onde não há extremos de frio, de quente ou morno.
Um extremo bem no centro
sem média, sem mídia, sem fama.
Um lado externo por dentro,
um pântano sem lama.
A barulheira arrepia no lugar dos pensamentos.
Um dia após outro dia
na crista dos acontecimentos;
tranquilidade arredia…
[Adhemar - Sto. André, 21/08/2008]
Olá Shintoni: o tema que proponho é horóscopo. E aqui vai minha contribuição
Meu signo
Sou de gemêos é isso é mais que apenas
um signo
é quase um estigma
uma conjunção astral que marca minha sina
que me faz ser e não ser
que afasta e aproxima.
Shakespeare deve ter sido de gemêos
ou jamais teria escrito
to be or not to be.
Sou de gemêos
e há um duplo de mim que circula por ai
em atitude de evidente desafio
um arremedo do que eu sou que me revela
e às mentiras que eu pacientemente crio.
Comentário por Tommy Beresford — 9 fevereiro 2009 @ 11:32
Shintoni, obrigado pela visita aos meus blogs. O Duelos Literários estará amanhã [10.02.2009] no post tradicional das terças “Citando Agatha”, ok ? Grande abraço e sucesso,
Tommy
Comentário por Luiz de Almeida Neto — 12 fevereiro 2009 @ 10:36
Legal! Mt boa ideia a da cronica periodica. Atrai a atenção. Não vou perder! Ah… E tbm mt boa a ideia do blog infantil. Vamos realmente ajudar a divulgar e principalmente incentivar os talentos mais jovens nesse prazer da escrita. Abraço.
Comentário por escrevinhadora — 11 fevereiro 2009 @ 15:41
Uma queixa
Eu tinha um blog (acho que ainda tenho), no qual eu escrevia de vez em quando. Depois que conheci o duelos, nunca mais voltei pra lá.
Aconteceu que no meu blog eu ficava sozinha, esperando alguém me visitar, o que nem sempre acontecia.
Aqui não. Aqui sempre tem bastante gente plugada. Se eu não tenho nada pra escrever, encontro sempre algo interessante pra ler.
Parece que sem querer, mudei em definitivo para os Duelos.
Abraço
Comentário por Leo Santos — 12 fevereiro 2009 @ 13:53
Olá Shintoni, foi muito honroso para mim, receber teu convite de um post semanal. Teu blog é muito bom, uma grande idéia, e me é prazeroso participar. Notaste que estive ausente por quarenta dias, é que andei viajando, e, a partir do dia 19 próximo, estarei indo morar na Nova Zelândia. Como isso acarretará muitas mudanças, por uns dias me ausentarei de novo, entretanto, quando estabelecido, voltaremos a conversar. um abraço e parabéns pelo ótimo trabalho. Deus o abençõe.
Comentário por monica — 14 fevereiro 2009 @ 13:27
tb estou com problemas, nao consigo escrever meus posts. vc tb esta com esse problema???
Comentário por Adir — 13 fevereiro 2009 @ 16:01
Sexta-feira 13
Hoje, ao virar o calendário, deparei-me com a data – sexta-feira, 13 -.
De pronto, veio à minha mente posicionamentos remotos em relação ao dia que, segundo sempre se soube, anunciava momentos ruins.
Lembro de uma das minhas irmãs, a cada início de ano, checar o calendário anual e verificar se trazia alguma sexta-feira 13. Lembro também que, sempre próximo a essa data, chamava nossa atenção com prognósticos aterrorizantes sobre esse dia fatídico.
Hoje, creio que bem mais madura, isso não mais me afeta, mas, de súbito, como se eu não pudesse contestar, noto que minha postura em relação ao dia vai assumindo, sem que eu perceba, conotações de alerta.
Temo iniciar qualquer tarefa prazerosa intuindo que não dará certo.
Vejo-me andando de um lado para o outro, sem nada fazer, com medo mesmo de enveredar-me por armadilhas silenciosas enviadas pelo ar.
Vejo-me calada, com aquele temor específico de que qualquer som por mim emitido possa traduzir-se em discussão ou mal-entendido.
Vejo-me em constante alerta e precavendo-me de qualquer ato desabonador à paz.
Meus temores, imaginados esquecidos, tomam força maior ao constatar que além de sexta-feira 13, ainda é dia de lua cheia, o que assinala maiores expectativas negativas.
Penso de repente que tudo caminha de acordo com minhas lembranças e tento estabelecer metas reais para o meu dia.
Constato no entanto, que apesar de todos os esforços não consigo dar termo a essa apreensão velada, a essa negatividade firmada em recordações infundadas de muito tempo atrás.
Enfim, que a sexta-feira 13 se vá e eu possa voltar a viver sem esses medos.
Comentário por Adir — 13 fevereiro 2009 @ 16:14
Cito dois livros que marcaram minha adolescência:
Gina - de Maria José Dupré
e
Jóia - de Emi Bulhões Carvalho da Fonseca
ambos me fizeram ver a vida como ela é, sem preconceitos de qualquer espécie. Recomendo.
Comentário por Adir — 13 fevereiro 2009 @ 16:26
Nasceu a princesa
Nasceu para ser princesa, no mais alto estilo da palavra.
Já na barriga, dava ares de sua imponência, pela delicadeza e beleza dos trajes que, cobrindo o corpo da mãe, serviam de invólucro para seu porte destacado.
Nasceu com o raiar do dia, nas primeiras horas da manhã, quase não dando tempo à mãe e aos médicos para os preparos necessários ao seu nascimento.
Esperada que era, pela família grande que há muito não ouvia o choro de um bebê, foi anunciada como notícia de jornal pelos corredores da Empresa onde a mãe, na véspera de sua chegada, tinha cumprido longas seis horas extras.
- Extra! Extra! Nasceu a princesa!
Nasceu forte e decidida, com o narizinho em pé. Fofa, cabelinhos encaracolados, foi se tornando ao longo do tempo a pedra preciosa do grupo. Foi abduzida por todos e para todos, tamanho o seu requinte.
Mais crescidinha, na escola seu vocabulário especial, contrário à mesmice dos coleguinhas, chamava a atenção dos mestres que não sabiam o que fazer para retomá-la às bobagens corriqueiras. Sempre amou estudar, ler e pela vida foi trilhando caminhos e estrelando suas peças, sempre com todas as vitórias.
Comentário por Adir — 13 fevereiro 2009 @ 17:45
Meu passeio a Paquetá
Deixando a casa, preferi tomar um táxi por ser mais confortável e não precisar me preocupar com o estacionamento para o carro.
Subi as escadas do viaduto da Praça XV com toda a elegância e descontração, observando as pessoas que, como eu, iriam fazer o trajeto.
Comprei o ingresso para o Catamarãs com facilidade, pois não sendo final de semana, mesmo em época de férias, tudo fica tranqüilo. Não esperei muito pela barca, deu tempo de ir ao banheiro e de tomar um refrigerante. Aprecio tudo nesses passeios pela Baia de Guanabara. Até a loja de souvenires ganha um aspecto diferente aos meus olhos. A barca, imensa, chega imponente e seu apito avisando a chegada, é como música ritmada com minha expectativa. Entro e logo vou à proa – tenho mania de me fotografar na frente, ao vento, com os cabelos em desalinho -. Já, lá dentro, escolho o lugar para sentar-me e acomodo minha pequena bagagem no banco ao lado. Tenciono lá permanecer apenas por umas quatro horas, razão pela qual dispus-me a trazer apenas um leve casaco e lenços de papel especiais para suportar a coriza que a aproximação do mar me provoca. Observo os vendedores ambulantes que várias vezes ao dia fazem o mesmo trajeto – do vendedor de sorvetes e biscoitos ao de bijuterias – todos percorrem automaticamente o início e o fim da barca, em busca de compradores que diminuam o peso de suas bagagens, revertendo-as em ganho para o seu sustento.
Escolho um brinco colorido com uma pequena pena azul na ponta, para combinar com as calças e túnica esvoaçantes e de cor azul piscina com que estou vestida. Não deixo de comprar também, um pacote de biscoito Globo salgado, que venho saboreando em silêncio, ao tempo em que desfruto a beleza da paisagem. Noto que meus companheiros de viagem são os tipos mais diferenciados.
Na minha frente duas adolescentes papeiam agitadas e sem a preocupação de que outros as escutem, falam de suas experiências amorosas, sem qualquer pudor. Uma senhora franzina, de cerca de setenta anos, sentada do lado direito das duas, mostra-se incomodada com a conversa e abre e fecha a revista que tenciona ler, com gestos ríspidos de quem não gosta do que escuta. Do outro lado, à minha esquerda, um grupo com quatro estrangeiros, fotografa e filma toda a Baía, não contendo gritinhos de admiração com a beleza ao redor.
Um senhor em cadeira de rodas amparado pela filha, pouco atrás de mim, pergunta insistentemente e repetidamente sobre o horário da consulta médica. Outra senhora, com dificuldade, vai remando ao balanço da embarcação e passa por nós em busca do banheiro. Lá na frente, um casal de namorados, alheio a tudo e a todos, não percebe a hora da descida e é preciso ser chamado pelo fiscal.
Após o apito anunciando nossa chegada à Ilha, vamos todos em fila indiana num percurso de cores e cadências, atingir o outro lado, onde o trenzinho local, as charretes, bicicletas e outros ambulantes, encontram-se a nossa espera.
Passo por todos e dirijo-me à Igreja de São Roque, bem na entrada da Ilha, imponente na sua simplicidade, parecendo receber a mim, exclusivamente, de braços abertos.
Cumpro meu ritual de visita e calmamente, seguindo a paz do local, faço minhas orações.
Aqui estou eu, novamente em Paquetá. Embora estejamos no verão, o dia não está muito quente. O Sol observa a paisagem de longe e fica indeciso de se mostrar. Sento num dos bancos de madeira maciça embaixo de um coqueiro milenar e fixo na mente a natureza plena. Compro uma garrafa de água mineral numa das carrocinhas de ambulantes que circunda a praça e volto ao banco para terminar de saborear meu biscoito Globo. Refestelo-me com o ar, com o barulho das ondas batendo no mar calmo.
Decido alugar uma charrete para reviver meus passeios de infância, sem deixar de fora nenhum local.
O condutor, sem querer saber se lá estive outras vezes, cumpre a rotina que lhe ensinaram e anuncia cada passagem, no ritmo da puxada dos burros. Passamos pelo Museu de Artes, pela Casa de José Bonifácio, pela Academia de Letras, pela Pedra da Moreninha e pela árvore O Baobá, originária da África, chamada – Maria Gorda -. Aí peço ao condutor da charrete que pare por uns segundos e abraço aquela árvore com dificuldade, pois de tronco tão largo, parece nos engolir no toque. Todo o percurso é coberto por flamboyant . O Parque Darke de Matos parece nos tirar desse mundo levando-nos a distâncias não imaginadas por entre árvores de todos os tipos. Uma delas parece conter no tronco, uma casa, onde não posso deixar de entrar e admirar o outro lado do parque que termina no mar. Só essa experiência de descobertas já vale o passeio.
Resolvo tomar o trenzinho para ir ao Mirante, no Morro da Cruz e apreciar serenamente, a vista parcial da Ilha. De repente, dou de cara com dois sagüis, típicos da região. Filmo sua fugida, como coisa preciosa nas minhas recordações. Já lá se vão quase duas horas e meu estômago anseia por alimento. Prefiro um sanduíche de dois andares ao almoço tradicional, pois assim, posso após um breve descanso, alugar uma bicicleta monark de pneu balão e por pelo menos duas horas, sentir o sabor dos meus passeios à tardinha na rua em que morava quando tinha quatorze anos.
Comentário por Adir — 13 fevereiro 2009 @ 18:02
Os quinze anos
Queria, porque queria uma festa de quinze anos.
As coleguinhas de turma da mesma idade que aniversariavam em datas próximas, já haviam esquematizado suas grandes festas, guardando em sigilo os detalhes mais preciosos para que não fossem imitados umas pelas outras. Sabedoras de que seu aniversário estava próximo, não se cansavam de indagarem sobre o convite.
Os convites das outras, que mais pareciam obras de arte , já estavam em seu poder e olhando-os , seus olhos brilhavam de excitação a imaginar a arte gráfica do seu, para o próximo mês.
Seria todo branco e rodeando sua foto gigante em perfil, teria seu nome repetido várias vezes, em letras em caixa alta manuscrito, de cor dourada em relevo.
O convite anunciaria seu dia de princesa e o cartão individual para a festa ficaria preso a um clips logo acima dos nomes de seus pais, no lado de dentro. Essa primeira parte já estava resolvida.
Restava agora nomear os convidados, cerca de cinqüenta amigos, além da família pequena que, por certo, viria de São Paulo para a festa. Prosseguindo, desenharia o vestido branco de corpo comprido, bordado com pedras e vidrilhos brilhantes formando na frente um coração, deixando parte do seu pequeno busto à mostra. A saia, rodada em duas abas, lhe daria um ar de rainha e com certeza, o farfalhar do tecido ao caminhar, soaria como música em seus ouvidos.
A festa teria que ser no clube especializado para tal e conceituado pelo grande número de contratos para esse fim. Não teria o que pensar. Seria nesse local.
De perto, faria questão de escolher o buffet. Estando no verão, a mesa de frutas em cascata, não poderia faltar e os fondants ornados com minúsculas flores de cor rosa dariam um requinte especial a sua festa.O bolo deixaria a cargo de sua mãe, especialista na questão.
O baile e a dança com o pai à meia-noite teria a música de seus sonhos e para tal ensaiava toda noite em seu quarto, após o jantar.
Queria porque queria uma festa de quinze anos. Não agüentava mais, estando a data tão próxima, ouvir o questionamento das colegas sobre o convite.
Naquela noite, surpreendida em choro por sua mãe, não pode explicar o porque, pois sua mãe não entenderia.
Queria porque queria sua festa de quinze anos, mas como tê-la se, nem ao menos um vestido apropriado para a festa das amigas, sua mãe poderia comprar?
Comentário por escrevinhadora — 25 fevereiro 2009 @ 23:59
A jaguatirica
Em pleno feriado, no meio da tarde, vinda não se sabe de onde a jaguatirica apareceu no fundo do quintal. Sua presença causou um enorme corre-corre. As crianças, prudentemente trancadas dentro de casa, espiavam extasiadas pela janela da sala. O jardineiro, trêmulo e pálido, encarapitou-se no alto da cascata de onde vigiava a bicha, que caminhou calmamente pelo jardim; depois majestosa e indolente bebeu água na piscina e por fim deitou-se à sombra do gazebo. Não foi fácil conter o cachorro e a empregada. O primeiro rosnava e latia em direção à porta. A segunda, armada de uma vassoura, ameaçava ir lá fora espantar a fera como quem espanta um gatinho.
Pedrinho, o primo mais velho que tinha vindo passar o fim de semana teve um rasgo de bom senso. Ligou para a polícia. O plantonista, ouvindo a voz de uma criança dizendo que tinha uma onça no quintal, pensou que fosse trote. Foi preciso que um adulto viesse ao telefone confirmar o história. A partir daí, alarmado, o policial entrou em ação imediatamente. Chamou os bombeiros, que por sua vez chamaram uma equipe de especialistas do zoológico.
Em menos de 20 minutos, três viaturas estacionavam no portão. Portas foram abertas estrepitosamente. Cerca de uma dúzia de homens fardados saltou dos carros. A parte traseira de uma viatura foi aberta. Uma rede enorme foi estendida no quintal.
Indiferente ao alvoroço à sua volta, a jaguatirica dormitava à sombra. Apenas o movimento suave de subir e descer das costelas revelando que respirava.
De súbito, agitou o rabo, levantou ligeiramente a cabeça.
Um bombeiro que tinha arriscado aproximar-se um pouco, recuou lentamente, andando em marcha ré, sem desgrudar os olhos da felina.
De dentro de um dos carros um homem saiu empunhando algo parecido com um rifle. Engatilhou. Ajeitou a mira e fez o disparo.
O dado, certeiro, atingiu a jaguatirica no pescoço.
Picada pelo disparo a fera rosnou e de um salto, ficou em pé. Arriscou alguns passos, mas as pernas lhe faltaram. Tombou de lado.
Numa ação conjunta e ordenada os homens se aproximaram arrastando a rede. Rapidamente a fera foi imobilizada.
As crianças, libertas de sua prisão na sala, tiveram autorização pra vir olhar o bicho de perto.
Pedro armou-se de coragem e alisou o flanco da jaguatirica. Achou que era quentinho e macio como seu cobertor.
BJ Perdões 25/02/09
Comentário por escrevinhadora — 27 fevereiro 2009 @ 0:01
olá Shintoni: pode postar este texto no duelinhos, no tema Minhas férias. Postei aqui mas não era essa idéia.
Comentário por Marcella — 14 fevereiro 2009 @ 18:03
Shintoni,
Entre em contato comigo,é importante!
meu e-mail/msn eh : marcella_lavigne@hotmail.com
nem sei se ainda lembra de mim,mas quero conversar com voce..
por favor!
Marcella
Comentário por Bruno D´Almeida — 14 fevereiro 2009 @ 20:12
Shintoni
Sempre quis mudar minha plataforma do Terra para o Blogspot. Agora que as mudanças no Terra tornaram o sistema de postagem insustentável, esta mudança é necessária. Se não me engano, o sistema wordpress tem uma ferramenta que migra todos os dados automaticamente. Parabéns pela decisão corajosa, saiba que não só tem o meu apoio, como também migrarei pra o blogspot em breve.
Um abraço,
Bruno D´Almeida
Comentário por Ars — 15 fevereiro 2009 @ 17:54
já linkei, obrigado.
Comentário por shintoni — 15 fevereiro 2009 @ 19:04
Valeu, Ars!
Abração!
Comentário por Bruno D'Almeida — 15 fevereiro 2009 @ 22:38
Feito!
Comentário por shintoni — 16 fevereiro 2009 @ 8:34
Valeu, Bruno!
Comentário por Luiz de Almeida Neto — 16 fevereiro 2009 @ 14:54
Amanha vou ajeitah o link lah no meu blog pra ficah o do blogspot agora. Vlw. Abraço.
Comentário por shintoni — 16 fevereiro 2009 @ 16:20
Valeu, Luiz!
Abração!
Intrínseco
Silêncio...a meia noite acalma a madrugada,
O pensamento estaciona em inúmeros problemas, desejos e angústias.
Pra quê pensar demais, por que deixar de fazê-lo?
Vontades imperfeitas que tendem a intrigar as atitudes,
Convertem a um inevitável medo, insegurança e incerteza...
São muitas as suposições inconcretas.
A vontade é apenas um traço não planejado
Que foge aos desejos de querer controlar tudo.
Impulso ... pudor
Veleidade ... dúvida
O celeuma da mente mediante ao profundo silêncio
Me intriga.
Vontade de correr, parar, gritar, beijar, abraçar, exprimir palavras...
Vontade de não viver de paradoxos
De querer emanar o meu interior
De não viver das consequências
E não apenas fazer o que penso, mas ter noção de como fazê-lo.
Não ter medo.
Estagnar suposições pessimistas que sempre me fizeram desistir.
Nada acontece como se planeja,
A planta que se desenvolve não inclui as surpresas.
O futuro planejado é um Déja Vù contínuo.
"Não existe amor perfeito, mas sim, amantes acomodados", disse um poeta.
E assim, sons dos minutos em um relógio antigo
Mostram a minha constante fuga de não sei o quê.
Opaca me torno.
Às vezes, as tentativas de expressar algo retraído são incessantes
Mas, o inexorável medo de se sentir frágil apavora.
Minto para mim mesma.
Confusas palavras, confusa me torno.
Geise Meireles
Sei que hoje quase todas as casas possuem grades, mas não deixem que as grades aprisionem seus pensamentos e sua almas!!!(Odenir)
SABER LER E ESCREVER, SEM DÚVIDAS É O MAIOR TESOURO DE UMA PESSOA, DEPOIS DE SUA FAMÍLIA!!!(Odenir)
Quem escreve algo para si ou para os outros é sempre um solitário tentando ser ouvido ou notado por alguém!!!(Odenir)
A diferença entre nós e os heróis, é que choramos na frente de todos e os heróis choram escondidos!!!(Odenir)
Comentário por Alba Vieira — 14 março 2009 @ 23:36
Resposta à enquete:
O Duelos ficou muitíssimo melhor!
Com muito mais possibilidades, layout mais bonito, cheio de novidades e é bom ver o rosto das pessoas que participam. Só temos que louvar e agradecer emocionados a todo empenho, paciência e dedicação de shintoni.
ESTRELA CADENTE
Sou uma estrela cadente
Indo para o poente
Me consumindo em calor
Oferecendo a você
Pés na Terra, olhos no céu
Um rastro de luz e cor.
16 de Março de 2009 12:09
Sobre a frase da Alba: escrever é terapêutico.
-Escrever e coçar é questão de começar.
-Uma frase inspirada é também inspiradora
Pode despertar em você,sua fonte criadora.
16 de Março de 2009 17:20
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