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(Aviso: Os textos em amarelo pertencem à categoria
Eróticos.)




domingo, 11 de janeiro de 2009

Eu - por Ana

Eu sou eu. Às vezes não…
Sou alguém que desconheço,
faço coisa inesperada,
eu mesma desapareço.

Depois, quando outros me contam
o que “eu” fiz de besteira,
catatonizo direto,
fico sem eira nem beira.

Tipo morta de vergonha,
muda, sem ter o que dizer,
todo mundo me olhando
e eu… vou fazer o quê?

Sair quieta, de fininho,
me esconder num canto escuro,
pensando, desesperada:
“Qual será o meu futuro?”

O meu eu inicial
é bobinho, educado…
O que depois apareceu,
totalmente inadequado.

Primeiro surgia pouco,
vez aqui, outra acolá…
Depois foi tomando gosto
e não parou de “baixar”.

No trabalho, na igreja,
no bingo, em exposições,
nas férias com o namorado,
no teatro, em conduções.

Eu fui ao psiquiatra,
ele esclareceu niente,
passou uns remédios pra doido,
ganha enganando a gente…

Então fui ao psicólogo,
perguntou de mãe e pai,
infância, temores, sexo,
um ano… no vai-não-vai…

Consultei um pai-de-santo,
procurei centro de mesa,
foi galhada, passe, reza,
e eu continuo na mesma…

Conversei com um exorcista
indicado pelo padre
que leu quase a Bíblia toda
com assessoria da madre.

Eu só ouvia era demônio,
diabo, inferno, satanás,
anjo caído, essas coisas…
Mas não consegui ter paz.

Passei na Universal
no dia do descarrego,
confiando no pastor
que curava mudo, vesgo,

mandava demônio pro inferno,
até um cego enxergou,
mas comigo não deu certo:
a besta não me deixou…

Estou quase desistindo,
minhas forças estão no fim,
eu não agüento esta sina,
eu vou desistir de mim…

Como um ato final,
deixo estas fracas linhas
pra registrar que existiu
um dia, minha vidinha…


....Até que emfim esta peste já era!
....Tão falando comigo, galera!
....Eu vou é cair de vez na isbórnia
....agora que a santinha foi imbora!

....Fuuuiiiiiiii!!!!!!!!!
.

5 comentários:

Anônimo disse...

Comentário por adhbrgsz — 11 janeiro 2009 @ 12:35

Boa tarde, Shintoni.
Aproveitei que estava lendo seu blog e deixo p/ apreciação mais um texto; caso aprove, p/ cat. “Para Rir” (quem conseguir…). Grato, grande abraço, ótima semana!
Adh
PS - “Mancamenagem” faz parte do post.

Espaçotempo

“Amontoário aleatado insatisfato.
Escobrindo o latifundo tempespaço.
Ambituoso, ilegitimado mascarento.
Epitafilho duma prostibunda intiletrada.
Ambivailonge, comoditário,
arremerdando a prosococópia desvarginada.
Altrabobice.
Mercenecata e lambiscarota…”

[Adhemar - São Paulo, 28/07/2008]

“Mancamenagem”

Meu singelo tributo a nova reforma ortográfica, vigente desde 01/01/2009.

Adhemar, 11/01/2009.

Anônimo disse...

Comentário por Adir — 11 janeiro 2009 @ 22:58

Duas gordas na cabine

Era uma loja também de roupas íntimas.
Ela e a prima precisavam renovar o guarda-roupa nessa área. As calcinhas naquele verão estavam maiores e as tangas na gaveta pediam substituição, além do fato de que não cabiam mais. Os soutiens de tecidos coloridos davam lugar àqueles de cor única de tecido elástico, dos quais tinham mais de dez cada uma.
Os cartazes aqui e ali na loja, indicavam que aquele tipo de peça não podia ser experimentado. Após a escolha, o jeito era identificar o tamanho e mandar embalar.
Mas como, ela e a prima, depois de um período de férias em extravagância alimentar, podiam acertar seus números, sem provar suas escolhas? Todos os modelos pareciam estar de acordo, mas não restava outra saída a não ser conversar com a vendedora e obter sua permissão.
Espera aqui, vai ali e por fim, com o consentimento do gerente, foi-lhes mostrada as cabines que deveriam usar. Decidiram-se por uma única cabide. Afinal, uma queria a opinião da outra e vice-versa. A cabine era estreita, sem ventilação e sem cabides e a cada movimento a cortina vedatória abria-se sem anunciar. Tinham estimado erradamente o seu tamanho. Já nessa altura, as duas gordas, como que cimentadas naquele metro quadrado, não podiam sequer tirar as peças com que estavam vestidas, sem esbarrarem-se e taparem completamente o espelho, única coisa grande no local.
Ensaiaram fazê-lo cada uma por vez e num esforço atroz tiravam calça, blusa, calcinha soutien até que nuas tentavam, num malabarismo, colocar as novas. Nesse vai-vém, as bundas, os braços e as coxas das duas se encaixavam prometendo nunca mais se separarem. Por fim, escolheram duas peças cada uma. Já, fora da cabine, enfrentaram os olhos da vendedora que, disfarçando a voz, perguntou como de costume: - alguma peça serviu ?

Anônimo disse...

Comentário por Adir — 11 janeiro 2009 @ 23:24

Pensam que eu sou rica,
Cheguei a essa conclusão.
Por que será?
Será pelos meus olhos firmes em qualquer direção?
Será pela minha voz segura em profusão?
Ou será pelo andar calmo e coerente?
Será por esbanjar tempero no alimento?
Acho que é por nada negar ao elemento.

Anônimo disse...

Comentário por Casé — 14 janeiro 2009 @ 2:03

Parabéns pela criatividade…
Muito Bom!!

Anônimo disse...

Comentário por Ana — 25 janeiro 2009 @ 17:07

Casé:
Se o elogio foi para o meu “eu”, agradeço novamente suas atenciosas palavras.
Abraço!