pra fora e dentro também.
Com o dinheiro que ganho
só faltou comprar um trem.
Construí a minha casa,
mobiliei, aparatei;
casei todos os meus filhos,
que viviam como reis.
Mas as costuras que faço
da forma mais preferida
são as atitudes que traço
no tecido de minha vida.
Com a régua marco o caminho,
com a fita meço a distância
entre o possível e o sonho
e corrijo a discrepância.
Com a linha costuro amor,
finalizando cada veste
que protege as relações
que um dia, vida, me deste.
Com bordados variados
realço, de cada pessoa,
as principais qualidades,
claro que, sempre, as boas.
E assim coso meus dias,
um a um, tranqüilamente,
guiando o tecido na agulha
devagar, pacientemente.
.
2 comentários:
Comentário por Adir e Jorge — 1 janeiro 2009 @ 9:48
Acordamos cedo e passamos por aqui para ver as novidades.Nesse nosso tempo de ausência, nos surpreendemos com tanta novidade e tanta coisa linda. Adoramos esse poema.Ana você deve urgentemente editar um livro com essas gracinhas. São demais e reunem inteligência,poesia,sensibilidade e uma experiência de muitas vidas, acho eu.
Parabéns de novo e beijos.
Comentário por Ana — 26 janeiro 2009 @ 9:43
Adir e Jorge:
Agradeço, sensibilizada, suas palavras elogiosas… Mas não mereço tanto, realmente…
Beijos, beijos, beijos!
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