Não é uma coisa tão dramática quanto dizer que eu gostaria de ser o protagonista de Brilho Eterno de Uma Mente sem Lembranças. Eu não queria apagar as nossas boas lembranças. Queria lembrar mais frequentemente das ruins.
Depois de um ano desejando o impossível, ele começou a se concretizar. Agora pouco tentei lembrar que dia e o que estávamos fazendo quando você disse uma das coisas que mais gostei de ouvir.
“Eu podia mandar você pro inferno, e ficava tudo bem, mas eu não quero” ou algo assim. Era um puta de começo de briga, que qualquer pessoa poderia fazer. Mas vindo de você, era uma coisa pra se guardar.
Hoje em dia eu consigo me lembrar das nossas tardes inteiras conversando, jogando. Não tínhamos assunto específico. Você falava qualquer coisa e me mostrava um monte de coisas, aquelas que você gostava. Eu reclamava. Pedia para você me contar um segredo. Você dizia que não tinha nada pra contar, ai eu começava a te deixar constrangido. Mas sempre aparecia alguma coisa nova. Como que eu poderia saber tudo sobre sua vida? Você viveu dezessete anos sem mim. Não era possível que em trinta tardes você tivesse me contado tudo.
E agora eu lembro dessas tardes como se fossem cenas que eu assisti de longe, como observadora. Posso ver os mesmos filmes, posso lembrar dos dias que vocês aparecia com a camiseta que eu te dei. Lembro das tantas vezes que te deixava esperando e você ficava puto nos primeiros trinta minutos, reclamava até ver que eu estava me sentindo mal, e aí deixava pra lá.
Mas não lembro mais do que dizíamos. Não lembro mais de conversas isoladas, como lembrava. Lembro de escrever nomes de músicas e filmes pra você, os que eu queria que você conhecesse, e os que você não acreditava que eu ainda não conhecia. Mas não lembro mais quais eram os títulos.
E isso me acalma. Há umas semanas você me perguntou se eu realmente não sentia tua falta. Sinto falta, sim. Mas não mais falta que orgulho.
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Depois de um ano desejando o impossível, ele começou a se concretizar. Agora pouco tentei lembrar que dia e o que estávamos fazendo quando você disse uma das coisas que mais gostei de ouvir.
“Eu podia mandar você pro inferno, e ficava tudo bem, mas eu não quero” ou algo assim. Era um puta de começo de briga, que qualquer pessoa poderia fazer. Mas vindo de você, era uma coisa pra se guardar.
Hoje em dia eu consigo me lembrar das nossas tardes inteiras conversando, jogando. Não tínhamos assunto específico. Você falava qualquer coisa e me mostrava um monte de coisas, aquelas que você gostava. Eu reclamava. Pedia para você me contar um segredo. Você dizia que não tinha nada pra contar, ai eu começava a te deixar constrangido. Mas sempre aparecia alguma coisa nova. Como que eu poderia saber tudo sobre sua vida? Você viveu dezessete anos sem mim. Não era possível que em trinta tardes você tivesse me contado tudo.
E agora eu lembro dessas tardes como se fossem cenas que eu assisti de longe, como observadora. Posso ver os mesmos filmes, posso lembrar dos dias que vocês aparecia com a camiseta que eu te dei. Lembro das tantas vezes que te deixava esperando e você ficava puto nos primeiros trinta minutos, reclamava até ver que eu estava me sentindo mal, e aí deixava pra lá.
Mas não lembro mais do que dizíamos. Não lembro mais de conversas isoladas, como lembrava. Lembro de escrever nomes de músicas e filmes pra você, os que eu queria que você conhecesse, e os que você não acreditava que eu ainda não conhecia. Mas não lembro mais quais eram os títulos.
E isso me acalma. Há umas semanas você me perguntou se eu realmente não sentia tua falta. Sinto falta, sim. Mas não mais falta que orgulho.
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Um comentário:
Comentário por Ana — 14 janeiro 2009 @ 10:41
MUITO BOM!!!!! É isso aí! Orgulho sempre!
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