Sem querer dizer quem é
Agora já sei
O nome rima com chulé
Não adianta e nem me arrependo
Já que rimei
Manda sua súplica e réplica
Que daqui me defendo
Com coerência e ética
Só não garanto a você
Usar o linguajar de seu pai
Se entender o que lê
Aqui, duele sem mas-mas.
Resposta a “Julgamento e Desafio”, de Passa-Tempo.
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9 comentários:
Comentário por Dalberto Gomes — 25 janeiro 2009 @ 2:17
ÁLBUM DE FIGURINHAS
Somos meras figurinhas
Figurinhas deste álbum do viver.
Amigos, figurinhas carimbadas
Que nos dão enorme prazer.
Figurinhas
Troca-troca
Amassadas, envelhecidas
Rasgadas, repetidas.
Figurinhas.
Álbum cheio
Hobby de um colecionador
Em litúrgica cerimônia
Joga bafo-bafo
Com o criador.
Comentário por Dalberto Gomes — 25 janeiro 2009 @ 2:18
ENCONTRO (VELHAS AMIZADES)
A grata satisfação
Encontrar amigos
Amigos queridos
Amigos perdidos
Perdidos no tempo, na memória.
Ver no encontro
A dúvida, o olhar, a luz.
Sentir-se entre abraços e sorrisos
Deixar a emoção emancipar-se do peito
Restos de saudade
Pingos de lembranças
Com os olhos rasos d’água
O prazer de ouvir comovido
Uma voz rememorando seu nome
E perguntar: como é que vai?
Amansa-lo com olhar
Sentir em sua aparência
Se a safada da vida
Na inexorabilidade do tempo
Passou-lhe uma rasteira
Mantendo seu jugo (pesado fardo) sobre seus ombros
No arrastar da idade
Repercutindo em espaçados fios de cabelos.
Amigo…
Não tenho palavras,
Ponha o braço sobre meu ombro
E vamos ali…
No bar da esquina
Tomarmos uma cerveja
E vivemos as reminiscências de nossas sinas.
Comentário por Dalberto Gomes — 25 janeiro 2009 @ 2:19
NOVELA DAS OITOS
Vinte horas
Um clarão de néon no céu
Das salas do Brasil
Rostos lívidos, ávidos atenciosos
Níveos olhos se arregalam ao suspense
Bocas inúmeras sugam beijos sedutores
Em noite dos trópicos
Pessoas se transportam na hora do jantar
Assumem personalidades impostas
N o período de uma hora
O pasto é posto defronte a mesa
Introduzem em mundos distintos
Paixões, intrigas, desejos, amores, cobiças,
Fantasia, consumo e violência.
Até que o plim-plim da Globo
Interrompa o colóquio cotidiano
Levando cenas da vida
Para a real dos próximos
capítulos.
Comentário por Dalberto Gomes — 25 janeiro 2009 @ 2:20
JE VOUS SALUE MARIE
Anônimos possessos
Se seduzem
Ferrenha luta
A conquista…
Macho versus fêmea
O anjo se retira
Uma estocada
Jaz sangue sobre organdi
Das dores deu lugar
A prazeres
Das trevas à luz
Fiat luz
Se constituindo
Simplesmente
Maria.
Comentário por Dalberto Gomes — 25 janeiro 2009 @ 2:21
INCRÍVEL HULK
O que penso…
Penso nas lutas inglórias
Lutas pela sobrevivência
Que nos transformam em monstros
Tornando-nos seres ambíguos
Verdes pela fome
Amarelos pela inanição
Lívidos pela morte.
Seres descomunais
Seres sem identidade
Seres…
Sem alma.
Comentário por Dalberto Gomes — 25 janeiro 2009 @ 2:22
VOLTE
No guarda roupas
Uma camisola
Aguarda seu corpo.
No armário do banheiro
Uma escova dental
Aguarda sua boca.
Em mim
Um corpo viciado
Impregnado pelo seu cheiro
Guarda
Saudade.
Comentário por Dalberto Gomes — 25 janeiro 2009 @ 2:24
NÃO DIGA NÃO
Aonde o não impera
O sim prevalece.
Todas às vezes
Que com amor dizemos
Não.
O sim desponta no
Coração.
O não é a verdade invertida
O sim pode ser a mentira
Escondida.
Comentário por Dalberto Gomes — 25 janeiro 2009 @ 2:30
ESCAPISMO
Quando a realidade
Com seus tentáculos
Tenta me alcançar,
Pulo para fantasia
Ponho-me a poetar.
Covardia?
Não,
É um mero jogo
cintura.
Comentário por Dalberto Gomes — 25 janeiro 2009 @ 2:31
CRIME DOMINICAL
Tarde de domingo
A morte se avizinha
Gosto de sal do almoço.
Sol resvala no crepúsculo
Ansiedade…
Arrotos tépidos
Estocada no peito
Cervejas vazias
Corpo na cama
Esqueleto na poltrona
Silêncio quebrado
Gargalhada do Silvio Santos
Besteirada do Faustão.
Valha-me Deus!
Ao longe o assovio da rádio Globo
Anuncia que é tarde de futebol.
Domingo
Saco…
Respingando angústia
e tédio.
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