A personagem mais brasileira que conheço chama-se Julião.
Julião é o
inteligente e pobretão parente distante de Jorge no romance “O primo Basílio” de Eça de
Queiroz.
Julião é advindo da
classe proletária portuguesa, similar a atual classe “C” brasileira, inadaptado
e isolado; um materialista revoltado contra a sociedade porque se sente
desprezado por esta, almejava pertencer economicamente ao invejado circulo de
seu parente engenheiro.
Em meio ao clímax
da novela, Julião chega mesmo a ser humilhado por Basílio quando fora visitar
Luíza, esposa de Jorge.
A humilhação foi
registrada em forma de queixa a um amigo, no calor da emoção dizia se orgulhar
de suas botas proletárias, mas dignas.
Julião por ser
inteligente e desprovido de renda digna, é o que mais sofre no romance. Recebeu apelidos sugestivos como "tripa
velha", " isca seca", " fava torrada", " saca
rolhas".
Nas páginas finais
da obra, Eça de Queiroz presenteia o herói com uma vaga na esfera pública
lisboeta.
Julião dá adeus as
humilhações e privações de todas as páginas passadas, agora é que a vida
começa.
Agora classe média
, Julião desprezava os pobres e abraçava os valores da nobreza portuguesa,
similar aos valores da elite brasileira.
A semelhança entre
Julião e os eleitores de Marina Silva, entre eles a rede GLOBO , não será
coincidência , será aristotélico. A vida imita a arte!
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Um comentário:
O Primo Basílio é um livro que eu já deveria ter lido, mas ainda não li. Pretendo fazê-lo em breve.
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