Chega
a Páscoa e, nos dias que a antecedem, encontro, pela rua, muitas crianças com
seus rostinhos rosados, depois de tantas brincadeiras, vestidas de coelhos, com
aquelas grandes orelhas e bigodes pintados na cara.
E
o que fazem os coelhos da Páscoa, além de esconderem os ovos para a satisfação
das crianças, cuja missão, a partir daí, será procurá-los e a recompensa,
descobrir os mistérios escondidos em cada um e poder desfrutar da sua doçura,
enquanto sujam de chocolate os mesmos rostos antes mascarados de coelhos.
Penso
então que, a cada ano, a Páscoa simboliza a oportunidade do renascimento de
cada um de nós, o que não deixa de ser a possibilidade de estarmos abertos à
transformação. Se a vida é o palco onde se desenrola a nossa evolução, esse
período nos aproxima do objetivo maior de nossas vidas.
Mas,
o que será que nos impede de renascer, de mudar, de nos tornarmos melhores para
nós mesmos e, conseqüentemente para os outros?
Quando
se trata de analogia, nada é por acaso nos contos, lendas, mitos através dos
tempos. Por que então, o animal que simboliza a Páscoa é o coelho? Há muitas
explicações, a principal relacionada à grande fertilidade desses animais.
Entretanto, na mitologia dos índios norte-americanos, o coelho representa o
medo.
Encontro
dessa forma, a resposta para a dificuldade que muitos de nós apresentam no
caminho da transformação. É o medo que nos restringe e, às vezes até nos
impede, sobretudo o medo do novo, daquilo que ainda não experimentamos.
E,
como nada permanece para sempre, o segredo da felicidade está em aceitar as
possibilidades contidas em cada momento que a Vida nos oferece e fazer a melhor
escolha possível em cada situação.
Aí,
eu embarco no fluxo dessa história e desejo que cada um de nós busque no fundo
de si mesmo, qual o tipo de medo (aquela sua dimensão relacionada ao coelho)
que o está impedindo de se abrir para algo novo, um novo tempo, o renascimento
de algum aspecto da sua vida, seja no terreno pessoal, de relacionamento ou no
campo espiritual e tente lidar com ele de frente e conseguir ultrapassá-lo.
Travestidos
de coelhos, lidando com cada medo que escondeu um ovo importante no curso de
nossa vida, metaforicamente poderemos experimentar a alegria de voltarmos ser
crianças inocentes que, avidamente, procuram os ovos escondidos pelos coelhos e
podem assim se deliciar com a descoberta do que o ovo contém e se lambuzar com
a sua doçura.
Afinal,
a vida pode ser doce para quem supera os seus medos e ousa ir, em busca dos
seus desejos.
Feliz
Páscoa!
Nenhum comentário:
Postar um comentário