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quinta-feira, 19 de novembro de 2009

(Des)reforma - por Gio

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O povo brasileiro é criativo, tenho que admitir. E também adora dar seu jeitinho para certas coisas. Agora, combine os dois e temos a criatividade em nome da preguiça. E a última do brasileiro é inventar cláusulas novas para a Reforma Ortográfica (que, pra começar, não começa com “h”).

Tudo bem (1), eu sou pedante, chato até, quando se trata de Língua Portuguesa. Mas a gente percebe claramente quando a pessoa não sabe, e quando a pessoa não quer saber. E agora as pessoas esperam que esse acordo tenha tornado certo o que antes elas escreviam errado – ou ao menos querem convencer os outros disso.

Tudo bem (2), é o segundo texto a respeito da reforma que eu escrevo, sem contar o conto (“contar o conto”, gostei dessa). Mas esse é interessante, e sua intenção é justamente a oposta do outro: pessoas, estou aqui para informar solenemente o que não mudou na nossa amada Língua Portuguesa.

Em primeiro lugar, a crase não sumiu. Não, ela não é um acento diferencial. Acento diferencial é “pôr”, “pólo”, “pêra”, “péra”... E não, ela não é chata. A crase é que te poupa de escrever coisas bizarras como “Vou aa praia hoje”, já que o feminino de “ao” é a construção mais grotesca que um ser humano poderia fazer. Então, parem de complicar com o pobre do acento grave (sim, ele tem nome próprio, não se chama “crase”), já que ele nos poupa do ridículo.

Depois, a regra dos “r” e “s” dobrados são válidas só para palavras com prefixos, e não pra juntar palavras antigamente separadas. Não existe “derrepente”, e muito menos “dessopetão”. Ah, e certamente não existe “concerteza”. Também não vi nenhum caso de palavra se separar: “com tigo” e “por tanto” não existem, pelo menos até segunda ordem.

Não houve nenhuma alteração quanto ao uso do “x” e do “ch”. “Xingar” é com “x”, “chamar de veado*” é com “ch”. “Mexer” e “chave” ainda não dá tanto problema (exceto quando são usados na construção “mexer na chave do carro do seu pai”), já que a palavra do jeito errado não existe. Já pra “bicho” e “bixo”, a coisa complica... Ok, a intenção é essa mesma, só estou tentando ser politicamente correto!

Infelizmente, para os fãs da pressa, o internetês ainda não é dialeto oficial. Ainda não se pode usar “vc”, “tb” “vdd” e “bjs” na redação do vestibular – e muito menos “vtnc” pra reclamar disso. Emoticons continuam não sendo palavras, e também não deveriam constar nos finais de frase. Finalmente, o tiopês está mais longe ainda de ser válido: “comofas” não é junto, e muito menos com “s”; e construções como “dexcülpah” estão mais longe ainda da realidade, já que o trema – esse sim – foi abolido.

E é melhor eu parar por aqui, antes que eu acabe aprendendo a escrever errado – e pior, achando isso a coisa mais certa do mundo...

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*“Viado” com “i” é neologismo pra diferenciar do animal. Entretanto, ainda não foi dessa vez que entrou pro dicionário. Se bem que, depois que “almário” e “cu” entraram pro Aurélio, eu tô esperando qualquer coisa...
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Um comentário:

Ana disse...

HAUAHAUAHAH!!!
MUITO BOM!
BEIJIOS!
:D