.....Buriti, densos buritizais, palma comprida e no alto tem uma roda folhada e dá uns cachos muito grandes... “a fruta se come.” Grão-de-cavalo, pequiá, pequi, pequerim, suari e piquiá. Mangaba, mesma da alamanda, velame-branco, tiborna e guatambu. Paisagem que transporta. São 45 dias, andando por este sertão, tudo para chegar a Cordisburgo, a pequena cidade, perto de Belo Horizonte. Não sei porque, mas caminho por entre sertões, refazendo Guimarães, me dá certa incerteza. Carregando o menino ao meu lado. Tola viagem cheia de complicações, perguntas e incertezas. Sertão, infinidade de vida e muita água serpenteando o solo castigado pelo sol. Cerrado, savanas, sertão veredas.
.....O cerrado é azul com bolinhas roxas, mudando de cor de dia que fica rosa com amarelo, de tarde laranja com vermelho e de noite volta a ser roxa com azul. Alta biodiversidade, crescentemente ameaçado. Pessoas simples que encontro pelo caminho, conseguiram ao longo do tempo se adaptar e desvendar os segredos de como sobreviver neste cenário aparentemente tão árido e hostil. O sertão é onde o pensamento da gente se forma mais forte que o poder do lugar. Vida contemplativa, hoje quando acordei, senti uma sensação estranha de infinito, não acreditei; tudo é bonito é absurdo, Deus se manteve estável, o homem transborda de sua individualidade e redescobre-se no mundo.
.....Por que, dentre os cinco filhos, pequei o mais frágil e o trouxe comigo? O menininho da mamãe. Por que o Junior, que dorme serenamente neste ônibus? Ele também sente que me perdi, mas não deixa de perguntar, de querer saber. Ele é a única circunstância que me traz de volta à realidade. Meu âmago, meu parâmetro, meu menino, meu filho. Eu quase que nada não sei. Mas desconfio de muita coisa.
.....Juca das Cores veio nos receber. Não sei como ele soube de nossa chegada, mas soube. Então veio. Quando meu grande amigo veio para Belo Horizonte, lembro que fiquei triste, mas veio para um bom cargo, veio para trabalhar e aqui se estabeleceu, criou família, o mais importante e bonito, do mundo, é isto: que as pessoas não estão sempre iguais, ainda não foram terminadas, vão sempre mudando.
.....O cerrado é azul com bolinhas roxas, mudando de cor de dia que fica rosa com amarelo, de tarde laranja com vermelho e de noite volta a ser roxa com azul. Alta biodiversidade, crescentemente ameaçado. Pessoas simples que encontro pelo caminho, conseguiram ao longo do tempo se adaptar e desvendar os segredos de como sobreviver neste cenário aparentemente tão árido e hostil. O sertão é onde o pensamento da gente se forma mais forte que o poder do lugar. Vida contemplativa, hoje quando acordei, senti uma sensação estranha de infinito, não acreditei; tudo é bonito é absurdo, Deus se manteve estável, o homem transborda de sua individualidade e redescobre-se no mundo.
.....Por que, dentre os cinco filhos, pequei o mais frágil e o trouxe comigo? O menininho da mamãe. Por que o Junior, que dorme serenamente neste ônibus? Ele também sente que me perdi, mas não deixa de perguntar, de querer saber. Ele é a única circunstância que me traz de volta à realidade. Meu âmago, meu parâmetro, meu menino, meu filho. Eu quase que nada não sei. Mas desconfio de muita coisa.
.....Juca das Cores veio nos receber. Não sei como ele soube de nossa chegada, mas soube. Então veio. Quando meu grande amigo veio para Belo Horizonte, lembro que fiquei triste, mas veio para um bom cargo, veio para trabalhar e aqui se estabeleceu, criou família, o mais importante e bonito, do mundo, é isto: que as pessoas não estão sempre iguais, ainda não foram terminadas, vão sempre mudando.
Visitem Dan
.
Um comentário:
Dan:
Você escreve demais mesmo! Adorei!
Parabéns!
Beijo!
Postar um comentário