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quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Ocaso - por Leo Santos

Cronos e Sophia, parceiros afins,
incidem sobre distintos aposentos;
enquanto o primeiro estraga o jardim,
a segunda adorna por dentro.

Adormecem os encantos de Afrodite
no leito daquele que dana o terreno;
hibernam pois, os ursos do apetite,
e a neve cobre o monte supremo.

Fraquejam as colunas do templo,
e os guardiões também a oscilar;
o pontífice instinto segue o exemplo,
e nada imola sobre o altar.

As musas arrumam o leito final,
onde há quem diga que a vida começa;
a chave gira o eterno portal,
e o trigo maduro ao celeiro ingressa.

Aí a sede se torna uma fonte,
manancial de exemplo que outros bebem;
Travessia serena no barco de Caronte,
aos Elísios, onde venturas recebem…



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Um comentário:

Ana disse...

Linda poesia, Leo!