Querido Brógui:
Hoje trago o meu manifesto contra a acomodação, contra o derrotismo, contra a desesperança, a dor de corno, o pessimismo, a covardia e todas essas coisas voduzentas que nos perseguem.
Viver nesse mundinho tá complicado, eu sei.
Tá brabo acordar todos os dias e tentar vestir uma blindagem que nos afaste de todas as coisas nefastas que existem, os horrores, os escândalos, a violência, a fome. Reunir forças para sobreviver, talvez viver com alguma dignidade, conseguir ter alguns momentos de prazer. Vencer as frustrações, os desencontros, os desenganos, não pedir penico, cair e levantar, tentar outro caminho. Mudar, encarar riscos, saber que sempre há a possibilidade de tudo dar errado e dar de ombros.
Ô coisa cansativa!
Para ajudar, tenho uns mantras que recito diariamente. Como sou pop e católica de formação, meus mantras incluem o Salmo 23, “Jorge da Capadócia” do Jorge Ben e “Tente Outra Vez” do Raulzito.
Não recito todos de uma vez, nem em sua integralidade, apenas repito uns pedaços nas horas de agonia.
Nada como mandar um: “O Senhor é meu pastor e nada me faltará, ainda que eu caminhe por um vale escuro como a própria morte, não temerei, porque Deus está comigo.” Isso, recitado com fé, dentro do ônibus, enquanto olho pros lados pra ver se tem alguém com cara de que vai tomar meu celular a qualquer momento, é refrescante.
Na hora que tenho vontade de arremessar meus códigos do 7º andar da UERJ, depois de levar mais um pau em mais uma prova, cantarolo baixinho: “Vai, tente outra vez, não diga que a vitória está perdida, se é de batalhas que se vive a vida. Tenha fé em Deus, tenha fé na vida.” No mínimo evita que eu responda por homicídio culposo caso o código acerte o quengo de um transeunte.
Por fim, quando os derrubadores de plantão encostam-se à minha carcaça, recito: “Eu estou vestido com as roupas e as armas de Jorge para que meus inimigos tenham pés e não me alcancem, para que meus inimigos tenham mãos e não me toquem, para que meus inimigos tenham olhos e não me vejam e nem mesmo em pensamento eles possam me fazer mal.” É batata, como diria Nelson Rodrigues. O encosto vai rapidinho procurar outra alma pra sugar.
Então Querido Brógui, eu confesso: estou apelando para o sobrenatural. Eu não acredito nisso, mas que existe, existe. Tenho outros mantras, mas vou guardar esse assunto para o dia em que eu não estiver inspirada para inventar novidades.
Hoje trago o meu manifesto contra a acomodação, contra o derrotismo, contra a desesperança, a dor de corno, o pessimismo, a covardia e todas essas coisas voduzentas que nos perseguem.
Viver nesse mundinho tá complicado, eu sei.
Tá brabo acordar todos os dias e tentar vestir uma blindagem que nos afaste de todas as coisas nefastas que existem, os horrores, os escândalos, a violência, a fome. Reunir forças para sobreviver, talvez viver com alguma dignidade, conseguir ter alguns momentos de prazer. Vencer as frustrações, os desencontros, os desenganos, não pedir penico, cair e levantar, tentar outro caminho. Mudar, encarar riscos, saber que sempre há a possibilidade de tudo dar errado e dar de ombros.
Ô coisa cansativa!
Para ajudar, tenho uns mantras que recito diariamente. Como sou pop e católica de formação, meus mantras incluem o Salmo 23, “Jorge da Capadócia” do Jorge Ben e “Tente Outra Vez” do Raulzito.
Não recito todos de uma vez, nem em sua integralidade, apenas repito uns pedaços nas horas de agonia.
Nada como mandar um: “O Senhor é meu pastor e nada me faltará, ainda que eu caminhe por um vale escuro como a própria morte, não temerei, porque Deus está comigo.” Isso, recitado com fé, dentro do ônibus, enquanto olho pros lados pra ver se tem alguém com cara de que vai tomar meu celular a qualquer momento, é refrescante.
Na hora que tenho vontade de arremessar meus códigos do 7º andar da UERJ, depois de levar mais um pau em mais uma prova, cantarolo baixinho: “Vai, tente outra vez, não diga que a vitória está perdida, se é de batalhas que se vive a vida. Tenha fé em Deus, tenha fé na vida.” No mínimo evita que eu responda por homicídio culposo caso o código acerte o quengo de um transeunte.
Por fim, quando os derrubadores de plantão encostam-se à minha carcaça, recito: “Eu estou vestido com as roupas e as armas de Jorge para que meus inimigos tenham pés e não me alcancem, para que meus inimigos tenham mãos e não me toquem, para que meus inimigos tenham olhos e não me vejam e nem mesmo em pensamento eles possam me fazer mal.” É batata, como diria Nelson Rodrigues. O encosto vai rapidinho procurar outra alma pra sugar.
Então Querido Brógui, eu confesso: estou apelando para o sobrenatural. Eu não acredito nisso, mas que existe, existe. Tenho outros mantras, mas vou guardar esse assunto para o dia em que eu não estiver inspirada para inventar novidades.
Visitem Fatinha
Jorge Ben Jor, Raul Seixas
Um comentário:
Mantra é bom, Fatinha! Há horas em que só um mantra mesmo pra melhorar a situação... E seus mantras são ótimos! Aguardo os outros. Fiquei só imaginando quais seriam...
Beijos.
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