A audácia é filha da ignorância e da rudeza, e muito inferior a todos os outros dons. Ela fascina, porém, atando-lhes os pés e as mãos, aos que são débeis de entendimento e falhos de coragem que formam a maioria; e prevalece até sobre os homens sábios nas horas da fraqueza. Por isso vemos que ela fez maravilhas nos Estados populares, menos do que nos governados por Senados ou por Príncipes; e muito mais ao primeiro arranco das pessoas audaciosas, do que depois, porque a audácia é má cumpridora de promessas.
(...) Certamente aos homens de grande entendimento, os audaciosos dão um espetáculo de muito gozo; e até mesmo para o vulgo, a audácia não deixa de ser ridícula. Porque se o absurdo é o fundamento do riso não duvideis de que uma grande audácia raramente existe sem absurdo.
(...) Deve ser bem considerado que a audácia é sempre cega, para não ver os perigos e as inconveniências. Por isso ela é má no conselho e boa na execução; para bem aproveitar e utilizar as pessoas audaciosas é preciso que elas nunca estejam na chefia do comando, mas em segundo lugar, sob a direção de outros. Porque no conselho é bom ver os perigos, e na execução é bom não os ver, exceto quando forem muito grandes.
(...) Certamente aos homens de grande entendimento, os audaciosos dão um espetáculo de muito gozo; e até mesmo para o vulgo, a audácia não deixa de ser ridícula. Porque se o absurdo é o fundamento do riso não duvideis de que uma grande audácia raramente existe sem absurdo.
(...) Deve ser bem considerado que a audácia é sempre cega, para não ver os perigos e as inconveniências. Por isso ela é má no conselho e boa na execução; para bem aproveitar e utilizar as pessoas audaciosas é preciso que elas nunca estejam na chefia do comando, mas em segundo lugar, sob a direção de outros. Porque no conselho é bom ver os perigos, e na execução é bom não os ver, exceto quando forem muito grandes.
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In “Ensaios - Da Audácia”.
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Um comentário:
Concordo. É isso aí.
Beijos.
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