Preste atenção, seu Gio:
Sou correta nas palavras,
Do sentido não desvio.
Não invento o que não é,
Não distorço, não disfarço,
Avalio, igualmente,
O que fazem e o que faço.
Às vezes sou inspirada,
Isto tenho que convir,
Mas... se não fica legal,
Eu não vou subtrair
Comentário pertinente
No próprio corpo do texto.
Mas a questão aqui
Ocorreu em outro contexto
Que não é assim tão simples
E passo a vos explicar
Pra ficar tudo certinho,
Cada coisa em seu lugar:
O Gio me fez duo-acróstico!!!
Eu fiquei impressionada!
E na sequência da conversa
Escrevinha entrou na parada.
Fui responder a ela
Com acróstico também,
Mas não foi duo, foi simples,
Pro detalhe atentem bem!
Porque desta dupla façanha
Eu não sei se sou capaz,
Não tenho a facilidade
Que possui este rapaz.
E então, no próprio acróstico
Expus a limitação
Que eu tenho, com certeza,
E o menino não tem não.
Então, me digam, amigos,
Se é caso de “glicose”,
Se usei falsa modéstia
Ou mesmo conversa mole.
(Se o Gio é cabeça dura,
Como ele próprio diz,
Não enxerga o seu talento
E se vê como aprendiz,
Não tenho culpa nenhuma
Da sua autocegueira,
Mas todos nós, que o lemos,
Sabemos, sobremaneira,
Como ele escreve bem,
Como é original,
Como domina as palavras
E o lado informacional.
E se quer que o convença
Disto, com mais empenho,
O que falarei que não disse
Antes, até com engenho?
Cheguei a escrever aqui,
Em meio à seda rasgada:
“Diante de vós, Dom Giovanni,
O Mozart não é nada!”
Se ele quer mais que isto,
De duas uma, não mais:
Ou é baixíssima a autoestima
Ou se valoriza demais.)
Mas, voltando ao principal:
Por causa dos eloGios
E da minha sinceridade
Quanto aos meus versos baldios,
Ele me prometeu tapa
E eu fiz o maior escarcéu.
Então, como consequência,
Me pôs no banco dos réus.
Mas que coisa inverossímil!
Gente, dá pra acreditar?
Que moleque abusado!
Vou pô-lo no seu lugar.
A cara Escrevinha tá certa:
Menino, tu é atrevido!
Já não bastava a ameaça
Que fez ao meu pobre ouvido?
Ainda vem, respondão,
Chamar de “surto de humildade”
As palavras que surgiram
De sacrossanta verdade.
(Aquela que tu venera,
Da qual sente a maior falta
Neste mundo de aimeudeus
Que por ela não se pauta.)
Usou grossa analogia
Para tentar ofender
Numa fina ironia
Que não fiz por merecer.
E me chamou de pentelha
Depois de alguns elogios...
Para com o morde-assopra,
Sei que não é teu feitio.
Depois inverteu os polos,
Se pôs no lugar de pai
Que precisa educar o filho.
A paciência se esvai...
E deixa no lugar dela
Uma fúria sem igual!
Criatura, se tu brinca
Com fogo, vai se dar mal!
Não me ameaça de novo,
Garoto tri abusado!
Que eu sigo a Escrevinhadora
E te deixo em maus bocados.
E se você estivesse
Quietinho aí no seu canto,
Eu não teria levado
Tal susto, eu te garanto!
Te digo mais uma coisa:
Eu não estou enganada!
Só reagi à altura.
Quem mandou jogar granada?
Resposta a Sempre Alguém se EngAna..., de Gio.
Referências: Duo-acróstico pra Ana, de Gio;
Doce para Todos, de Escrevinhadora;
Escrevinhadoce, de Ana;
Opereta para Gio, de Ana;
Referências: Duo-acróstico pra Ana, de Gio;
Doce para Todos, de Escrevinhadora;
Escrevinhadoce, de Ana;
Opereta para Gio, de Ana;
ópera “Dom Giovanni”, de Mozart;
comentário de Gio em Escrevinhadoce, de Ana;
Desagravo, de Escrevinha;
A Verdade a Ver Navios, de Gio;
sobrenome Granada de Gio.
comentário de Gio em Escrevinhadoce, de Ana;
Desagravo, de Escrevinha;
A Verdade a Ver Navios, de Gio;
sobrenome Granada de Gio.
.
Wolfgang Amadeus Mozart.
Wolfgang Amadeus Mozart.
5 comentários:
Muito bom. Adorei.
::: Da Terra do Vinho... :::
Pausa durante o Congresso
Venho aqui pra "bloggar"
Mal a "bloggagem", começo
Já venho me retratar
Fiz mancada de mané
Dessas de roer as unhas
Chamei a Ana de "ré"
Querendo dizer "testemunha"
Ops, não é bem isso!
Testemunha é a Escrevinha
Desculpem o rebuliço
"Vítima" é a palavrinha
Assim, irrito a plateia
Mas mais nervoso eu estou
Escrevi quase uma "Odisseia"
E não é que o PC reiniciou?
Agora, eu fico aqui
Tentando lembrar de cabeça
O que eu outrora escrevi -
Não que a mensagem eu esqueça
Disso eu lembro muito bem:
Como iria esquecer
De quem me tratava bem
E agora quer me bater?
Eu podia entrar na briga
Ou me tornar mais agressivo
Mas minha calma não liga -
Não que eu seja passivo
Penso, brigar só faz mal
Só de pensar, eu congelo
Afinal, isso é um saral
Ou já virou um Duelo?
No entanto, quieto eu não fico
Isso eu acho desaforo
Na inocência, eu vou e brinco
Recebo intimação pro Foro
Pergunto, então: "De quem veio
Essa grave acusação?"
Responde o homem do correio:
"De seu maior anfitrião."
Nessa hora, eu quase choro
Isso dói no coração
Por isso, Ana, eu imploro
Não me vem com essa não!
Nem você, Escrevinhadora
Advogada sem diploma
(Dispensável à oradora
Que já me deixou com um bom hematoma)
Não que eu dispense os elogios
- É só que eu morro de vergonha -
Mesmo assim, já virei frio,
Ingrato, boca-suja e pamonha!
Mas desprezar minha poesia
Não será algo que farei
Seria muita hipocrisia
Confrontar justo o que falei
Pois, ameacei o puxão
Pelo excesso de modéstia
Teria falado em vão
Se, agora, me achasse uma moléstia
Ainda me acho aprendiz
Creio, isso nunca mudará
Mesmo com tudo o que já fiz
Não sou, das letras, marajá
Vendo que a minha ironia
Não 'tá sendo bem recebida
Antes que eu entre numa fria
Já vou tomando a minha medida:
Como eu virei o vilão
O perverso, o mau rapaz
Vou avisando de antemão -
Aqui, eu já não brinco mais!
Obrigada pelo elogio, Escrevinha!
Beijo.
Acho que este eu já respondi também, não é, Gio? rsrs
Eu tô chorando de rir com isso! hauhauhauhauha
Já respondi de novo, mas o Shintoni deve postar só amanhã, pelo jeito :P
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