Era uma vez um menininho
Pequeno, pequenininho
Não gostava de comer
E começou a enfraquecer
Não queria comer nada
Nem arroz, angu, feijão
Nada de carne ou rabada
Foi diminuindo e ficou anão
Por isso tinha delírios
Via monstros, fazia vexames
- É fraqueza, nada de colírios.
Disse o oculista após o exame.
Coitadinho do meninim
Delirava: era um cupim
Fraquinho e sem asa
Roía madeira, dançava
Era apenas um cupim
Magrinho e sem asa
Mas sonhava assim
Em carregar sua casa
Pensava em ser forte
Como caracol ter sorte
De conseguir um dia
Levar sua casa com alegria
Tinha delírios em ser
Livre como a mariposa
Asas grandes queria ter
E poder voar todo prosa
Queria ser cantor
Ou saber tocar guitarra
Para espantar sua dor
Acompanhando a cigarra
Os delírios iam e vinham
Nada resolvia seu estado
Dias, meses passavam
Ele, cada vez mais acabado
Esta foi a história
Do Meninim Cupim
Faquir Fraquim
E não da vaca Vitória
Quem não gostou assim
Que mude o enredo
Faça, então, um novo fim
E vá dormir mais cedo
Quem não gostou assim
Vire ao contrário
Faça um novo fim
Que fique mais hilário
Não sabe o que é hilário?
Não precisa dar murros
Procure no dicionário
Que é o pai dos burros.
(Ao Irmãozim Rapazim Grandim Fortim.)
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Someday I’ll Love Ocean Vuong / Um dia amarei Ocean Vuong [Ocean Vuong]
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*Beautiful photomechanical prints of Lotus Flowers (1887–1897) by Ogawa
Kazumasa.*
Ocean, não tenha medo.
O fim da estrada é tão distante
que ela já ...
Um comentário:
Legal, Raquel!
Muito lindo e gracinha!
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