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quarta-feira, 15 de abril de 2009

Aldeia - por Leo Santos

Na aldeia global tem fumaça
porque o progresso é viciado
preconceito religioso e de raça
violência por todo lado

Tem fronteiras ideológicas
muralhas de protecionismo
formas de governo fisiológicas
cuidando o próprio organismo

Tem comício na Suíça de ricos
e Fórum Social Mundial
aqueles, pra manterem seus picos,
esses, pra dizer que vivem mal

Aeroportos que recebem bichos
e outros que deportam gente
locais de reciclar lixo
sujeira matando vertentes

Geleira que derrete no polo
pinguim que erra no trópico
o cavaleiro ecológico no solo
perseguindo seu sonho utópico

tem bestas mutilando mulheres
e as livres vendendo carcaça
essas mercadejando prazeres,
aquelas, fadadas à desgraça

Tem bola pra todo gosto
e quem nem dê bola pra esporte
e o trânsito lançando em rosto,
o seu consórcio com a morte

Há quem creia em progressão
mesmo que a lógica o desfaça
afinal, o ápice da evolução
predaria a própria raça

Uns poucos que crêem na queda
e aceitam ao que levanta
mas mesmo a Esse se preda
mão no bolso, e pé na santa

tem muito cacique indigno,
e nenhum sábio pajé,
sistema mau, maligno,
que confusa a aldeia é!



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.

4 comentários:

Ana disse...

Leo:
Como sempre, uma viagem maravilhosa seus poemas!

Casé Uchôa disse...

Muito bom, Leo.
Parabéns!

Leo Santos disse...

Valeu, amigos, o apoio, isso estimula a seguir tentando escrever melhor. Grande abraço Ana, e Casé.

Ana disse...

Leo:
Hoje li mais novamente esta poesia e não posso deixar de registrar aqui que ADOREI as analogias!
Parabéns! Parabéns! Parabéns! Parabéns!