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quinta-feira, 19 de março de 2009

Solidão na Metrópole - por Mellon

A cidade se reflete no gramado com as estrelas cadentes, respira o amor há muito esquecido e emana uma dança de sapatos altos numa neve que nunca existiu. As pessoas hoje parecem não se entender. Agora a solidão parece mais forte em cada canto das cidades.
Talvez porque hoje as pessoas tenham medo ou esquecem mesmo de pedir desculpas. Elas têm medo de pegar no telefone e dizer algumas palavras de conforto para um familiar que mora longe.
As pessoas não se surpreendem mais com a violência ou com a falta de cuidado. O que eu posso fazer? Tudo parece fazer sentido e de repente as pessoas levaram embora tudo aquilo que elas mesmas precisam. A cidade não pode ser mais solitária do que já é, eu espero. É uma pena que o ser humano não possa recomeçar... ou pode? Talvez não esteja acabado. Porque uma parte da cidade e da vida comunitária está morta e no chão. A correria diária está matando o que a gente antes podia chamar de sociedade. Quem somos nós? A individualidade do ser humano está suportando tudo que pode suportar e não pode esperar mais. Nós perdemos tanto tempo e isso não pode nos derrubar. Vamos pensar que essa solidão seja apenas um mal entendido. Estamos presos em nós mesmos. Eu acredito que nada vai mudar o mundo, nada. Mas as pessoas podem mudar, sem afundar na noite, permanecendo sozinhas embaixo do céu. Eu sinto o frio gelado no rosto e observo as horas passarem. As pessoas hoje dormem em uma cama segura, enroladas e protegidas.
Protegendo a visão, sob um teto seguro, um abismo em suas casas, inconscientes das mudanças da noite. À noite é possível ouvir a escuridão respirar, sentir o desespero quieto como uma entidade viva, ouvir o silêncio. Alguém tem que estar lá. Alguém deve estar lá. As pessoas sentem falta umas das outras. Talvez elas consigam se encontrar, sob um céu vermelho sangue.
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Um comentário:

Anônimo disse...

Gostei muito do seu texto.
Diferente dos outros, mais reflexivo, mas, como os outros, muito bom!
Parabéns!