Você é sangue do meu sangue, carne da minha carne, você sou eu. Ser desprezível, invejado e desejado por muitos, você me dá nojo; você é forte, mas eu não sou fraco. Você é a conseqüência dos meus erros, adubo orgânico de minha mente. Ainda consigo distinguir, ainda sei que você é você, e eu sou eu; só não sei se somos dois, ou apenas um. Você quer que eu morra, e eu não te quero vivo. Você diz tanto que me conhece, que sabe quem sou. Se sabe tanto sobre mim, me explique, pois até hoje eu não sei. Diga-me também que eu não estou sozinho, diga-me que será meu amigo, e me dará apoio, pois eu sei que o seu apoio é que me levará ao chão, e no chão ficarei até a próxima ilusão.
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4 comentários:
Comentário por Alba — 16 janeiro 2009 @ 12:42
Arrebentou! É isso aí! Pessoas assim, em busca, é que valorizam o mundo e dão gosto da gente conhecer. Parabéns!
Comentário por Ana — 21 janeiro 2009 @ 9:51
Forte! Profundo! Final inesperado! Demais!!! Parabéns!
Comentário por Soraya — 6 fevereiro 2009 @ 21:34
Conseguir dizer
da dificuldade de falar
conseguir falar
da dificuldade de dizer.
Neste espelho de várias teclas
insistentes a me intimar
convidada que sou a ser.
é mais
Comentário por vicenzoraphaello — 7 fevereiro 2009 @ 23:07
Carta para meu pai
Você se foi sem dizer adeus
deixou para um estranho
dizer
que aqui já não estavas mais
Na súbita partida
ficou em mim
a dor de uma perda
que o tempo não apaga
Ficou em mim
lembranças
de imagens do homem
que aos olhos do filho
tudo podia
Você se foi
sem dizer adeus
Foi cedo demais
A mãe se foi
pouco tempo depois
Su e eu mais velhos estamos
meus filhos cresceram
casaram
Tenho uma neta
Sofia filha de Ka
já descasada
Tenho aflições
tenho alegrias
até uma casa
na beira de um lago
eu fiz
E você se foi
aqui não está
para que pudesse comigo
de tudo isso
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