A indiazinha feliz
Contra o baixo astral
A indiazinha feliz
vivia a versejar,
ela era aprendiz
dum poeta potiguar
numa guerra infernal
contra o baixo astral.
Isto porque sua vó,
PMD infeliz,
Tinha deixado mal
A indiazinha feliz
Lutando, boba e só,
Contra o baixo astral.
A mãe tinha morrido,
O pai tinha fugido,
A indiazinha feliz
Não malucou por um triz...
Passou a brigar legal
Contra o baixo astral.
A avó fazia mal
À nossa poliana,
O pajé rezou, se diz,
A indiazinha feliz
E a sua iguana
Contra o baixo astral.
Ficar contando as letrinhas...
Bruno, não aguento mais!
Sete sílabas por linha!
Esse troço tira a paz!
Cê leu quanta porcaria?
Só deixo aqui pra mostrar
A minha incapacidade
De com mote me inspirar.
Isto é uma prisão,
É uma coisa horrorosa!
Se não existisse quadrinha,
Eu só ficaria na prosa.
O seu mote eu adorei!
De quebra, ainda lembra a Xuxa!
Pro duelo eu retornei
Porque Xuxa lembra... CHUVA!!!!!
Mas contar e contar dedos...
Se continuar fico doida!
Vai me dando desespero!
“É só batucar”, disse o Moita.
Mas batucar não dá certo:
Batuco, batuco e nada!
Acabo pensando outra coisa...
Lembro desfile e parada...
Além disso, caro Bruno,
É preciso que lhe fale:
Algo me incomodava
E atentei para um detalhe...
Se a indiazinha feliz
Briga contra um troço mau,
Eu só posso concluir
QUE SOU EU O BAIXO ASTRAL!!!!!!!!!
A merecida resposta
Não vou te dar aqui, não,
Porque de você sou fã,
Então guardo a opinião.
Mas eu não vou perdoar
Me chamar de baixo astral.
Tu tá torcendo pra ela?
Pode sair da geral!
A indiazinha feliz
Vai ficar bem mais contente,
Vai dar uivos de alegria,
Me triturar com os dentes,
Com os risinhos e o olhar,
Nem vai precisar responder...
“Contra o baixo astral”... Valeu!...
Ela marcou sem escrever.
Pois esta jogada, meu caro...
Nem foi pensada por ela...
Ganhou de graça, a pirralha,
Já pintada a aquarela.
Não perdoo nem por nada
Atitude assim fatal:
Ela, a indiazinha feliz,
Contra mim, O BAIXO ASTRAL!
Não devolvo a carteirinha
De fã, pois não tenho endereço
Do cronista domingueiro
Que agora virou do avesso.
Olha, Bruno, tu já viu
Que no mote sou de morte:
Morte total da torcida,
Lamentando a própria sorte
De torcer por limitada
Criadora de versinhos:
Se tenta mudar de nível
Fica tudo esquisitinho...
Me apunhalou à vera,
Entortou a minha sorte:
Me mandou a analogia
Embutida em um MOTE!
Só com uma cajadada
Me acertou foi dos dois lados...
Agora vou ofender:
Só podia gostar do Machado!
Vou te botar de castigo,
Preste atenção ao erário:
Na crônica de domingo
Eu não deixo comentário.
Pode ser a mais lindinha,
Inspirada, a mais formosa...
Mas vou guardar para mim
As palavras elogiosas.
E traição desta monta
Só se encontra entre os hunos...
Assim tu me desaponta
E triste digo: - Até tu, Brunus?!
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Resposta a comentário de Bruno D’Almeida em “Indiazinha Sem Torcida:”, de Ana.
Referência a e-mail recebido de Moita explicando como fazer motes.
Referência a e-mail recebido de Moita explicando como fazer motes.
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3 comentários:
Uma coisa é certa: esta briga tem sido uma fonte inesgotável de inspiração pra você. Eu confesso que a cada postagem morro de rir.
Escrevinhadora:
Muito obrigada!
Tem sido muito divertido!
Tô adorando isso!
Beijo!
Ana, adorei a homenagem, mas o baixo-astral não era você! A Raquel encarna, nos poemas dela, a figura da guerreira que quer salvar o mundo. Você mesma escreveu:
Tu vai cuidar do planeta?!
Mas que raio de história é essa?
O que tem coisa com a outra?
Sai pra lá com esta conversa!.
Em todo caso, amei ser personagem do seu poema! agora estou chique: sou seu fã e leitor assíduo, escritor de suas leituras e agora personagem! Estou me sentindo insuportável! risos...
E quanto aos seus comentários, eu também vou fazer um promessa: vou ficar tão triste que não vou mais ter inspiração para escrever minhas crônicas. Vou fazer greve de palavras e não escrevo mais. Afinal, o que será de mim sem minha ilustre leitora? Um escritor sem leitor é um oceano sem água. Faça isso não...
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