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(Aviso: Os textos em amarelo pertencem à categoria
Eróticos.)




sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Traição - por Alba Vieira

Eu me perco nas encostas do teu ser.
Deslizo sobre as escarpas ferindo o corpo desnudo.
Agora tenho marcas do contato teu.
Sangro sem cessar quando cravas teus espinhos em meu peito.
E desfaleço nas poças vermelhas, testemunhas do meu vitimizar.
Subo pela tua pele de camaleoa,
crente que irás me esquentar enquanto me sinto gelar pela tua indiferença.
Experimento o desamor teu todos os dias em que te procuro e me repeles.
Choro lágrimas úmidas que contrastam com a secura do teu olhar para mim.
Lamento tê-la conhecido um dia.
Repudio a atração que exerces sobre mim.
Contudo, felicito-me por esta disfarçada dor que carrego comigo.
Dor companheira, hoje, de alguém que um dia,
antes da tua definitiva ausência,
havia deixado de ser sozinha
e se sentia feliz, plena, realizada, poderosa, dona de ti,
sem saber que te sabia somente uma parte -
a parte idealizada, o que de ti queria e hoje reclama.
Só isso.
E um dia, quem sabe,
possa, olhando-te o todo,
compreender-te e aceitar-te,
fazendo de ti, então, o verdadeiro amor,
aquele por inteiro, feito de luz e sombra,
de delícias e de dor.

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