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terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Resposta a "Se Minha Criança Sofre"... - por Alba Vieira

Se escrever é terapêutico, o que dizer sobre o que você nos provoca com este texto sobre a dor da nossa criança?
É um convite irrecusável para que olhemos para ela. E todos nós a possuímos, mesmo que tantos não saibam disto. Mas de fato ela está dentro de nós e clama pelo nosso olhar e cuidados.
O seu texto é mágico, é lúdico, comunica-se imediatamente com a criança em nós. Ela é atraída por suas palavras doces, por seu cuidado amorosamente oferecido, seduzida pelo carinho e proteção contidos nas entrelinhas. Hipnoticamente nos deixamos levar e lá estaremos nós outra vez, vivenciando as experiências do passado.
Mergulhamos, em regressão, seja nos fortalecendo enquanto relembramos e revivemos aquilo que foi bom, seja repetindo momentos difíceis (tantas vezes quantas necessárias) com a oportunidade de cura.
É certo que ao lermos este texto mesmo que a mente consciente não entenda (e é até bom mesmo que se distraia), nosso inconsciente vai captar a sua proposta de cura e aceitá-la. A mente inconsciente sabe bem o que fazer para curar nossas feridas, só é preciso ativá-la. E, mesmo sem ter consciência, nossa parte adulta estará lá, ao lado da nossa criança sofrida, cuidando dela, repassando as dores, transformando, ressignificando e promovendo a cura.
E este processo irá se desenvolvendo sem que saibamos, enquanto nos ocupamos de outras tarefas, nos envolvemos com outras pessoas e também enquanto dormimos. E sabe porquê? Porque falando diretamente com a criança, nesse ritmo dos seus versinhos, não haverá resistência… só aceitação. (Espertinha, heim?)
E já que a viagem é bem sucedida, fácil, sem efeitos adversos perceptíveis, uma brincadeira mesmo, nós leitores voltaremos, em busca de novas oportunidades de melhorar.
Será possível, na imaginação, enfrentarmos as bruxas, os dragões, os castelos mal-assombrados, os abismos, as masmorras, os fossos fedorentos habitados por monstros terríveis e tudo mais, porque, no fundo, sabemos que possuímos em nós (sempre) todos os elementos necessários para vencê-los, ainda que estejam adormecidos há muito, muito tempo…
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2 comentários:

Anônimo disse...

Comentário por Ana — 6 janeiro 2009 @ 7:20

Muito linda a resposta a meu texto. Agradeço os elogios!

Anônimo disse...

Comentário por Luiza — 1 fevereiro 2009 @ 21:57

Já tinha passado pelo Duelos outras vezes, mas só hoje, depois que li aqui que escrever podia ser terapêutico, resolvi experimentar e vou deixar este texto.
É que preciso de ajuda porque estou num momento de minha vida em que não encontro direção, não sei o que fazer, embora saiba que preciso mudar alguma coisa.
Todos os dias me sinto mal, sem forças, sem energia para tocar meus dias, com duas filhas pequenas para cuidar e um marido que embora muito me ajude, necessita de um mínimo de cuidados depois de trabalhar pesado, cumprindo suas responsabilidades no casamento, enquanto a esposa continuamente falha em suas obrigações. Sei bem o que deveria fazer, mas não consigo. Venho tentando encontrar as causas. Já procurei vários profissionais de saúde que nada conseguiram diagnosticar no meu corpo e continuo imprestável e sem entender o que se passa comigo. Imagino que meu problema não seja uma doença física. Já fiz tratamento psicológico, mas só melhorei por um tempo. Acho que meu problema está na alma. Se alguém já se sentiu assim e conseguiu ultrapassar, aprender alguma coisa ou descobrir ao menos o motivo, quem sabe possa trocar idéias comigo ou talvez me recomendar algum livro que possa me esclarecer e auxiliar.