A contradição é ponto sine qua non da existência humana. A contradição não é esquizofrenia, é sim o start para uma nova condição. O que em mim contradigo é e deve ser aquilo que faço evoluir; o que contradigo na proposição de meu semelhante quiçá seja a nova posição para sua proposição. O que contradigo a um sistema seja degrau de um crescimento social. Que contradição não pode sinonimar subdição, involução.
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2 comentários:
Comentário por Jair Antonio Pauletto — 30 dezembro 2008 @ 21:11
A Farmácia Interna.
Em busca de um corpo mais saudável, as pessoas se submetem cada vez mais a dietas no mínimo esquisitas. Um amigo, percebendo seu corpo ficar cada vez mais arredondado, resolveu se submeter a uma nova dieta. Passado alguns dias, falou-me dos resultados com tanta convicção, que apesar de não observar nenhum resultado em sua aparência, dizia estar muito satisfeito. Acreditava ter encontrado a solução ideal, pelo fato de estar produzindo o próprio alimento de forma natural e orgânica. Fiquei surpreso e imediatamente perguntei como era possível produzir alimentos num apartamento, onde o espaço é tão reduzido. A resposta foi surpreendente ao dizer que apenas necessitava de sementes e água para produzi-los.
Perplexo, não imaginei nada que pudesse germinar ou crescer tão rápido a ponto de em duas semanas já estar apto para ser consumido, pois havia me esquecido que é possível cultivar brotos em apenas alguns dias através da hidroponia - técnica de cultivar plantas sem solo - pela qual as raízes recebem uma solução nutritiva balanceada que contém água e todos os nutrientes essenciais ao desenvolvimento da planta. Era justamente isso que ele vinha fazendo, estava cultivando brotos de alfafa, feijão, rabanete, brócolis e uma infinidade de outras espécies que eu jamais havia imaginado ser possível. Afirmava que o consumo in natura ou em forma de suco estava lhe trazendo ótimos resultados, principalmente quanto a sua excessiva ansiedade, fator principal de boa parte de todos os seus problemas. A começar pela obesidade, fruto de uma excessiva ansiedade que o dominava desde pequeno. Os fatores eram tantos que psiquiatras e outros especialistas consultados, não tinham qualquer dúvida em diagnosticar a ansiedade generalizada, evidentemente associada a inúmeros outros transtornos.
Quinze dias após termos tido esta conversa, ele me disse que já estava testando uma nova dieta à base de fibras.Logo pensei no sofrimento que esta incessante procura deve proporcionar, bem como da surpreendente força de vontade que este meu amigo demonstra para encontrar uma solução para sua obesidade, ansiedade, enfim.
Hoje, ao ler uma reportagem que falava dos estudos da doutora Canadence Pert, uma respeitável pesquisadora americana, sobre a imensa farmácia que existe em nosso cérebro, lembrei deste meu amigo. A doutora Pert, que chefiou por treze anos estudos sobre a bioquímica do cérebro, descobriu que na região chamada de hipotálamo, o cérebro produz químicos denominados peptídeos, que alimentam nossas células, penetrando por receptores específicos. Assim, o que podíamos sentir na prática quando uma determinada emoção produzia uma reação passou a ser compreendida cientificamente, ou seja, cada emoção produz um determinado peptídeo que é lançado na corrente sangüínea e vai ao encontro das células. Para cada peptídeo existe na célula um receptor compatível, assim como uma fechadura e sua chave. Deste modo, por exemplo, um peptídeo produzido por um sentimento de amor, tem uma determinada forma, só pode ser absorvido se a célula possuir um receptor de forma compatível. Encontrando o receptor compatível ele penetra na célula alimentando-a, podendo modificar-lhe todo o núcleo. Talvez esteja aqui a explicação para as criações mentais, pois se tivermos continuadamente as mesmas emoções produziremos o mesmo tipo de peptídeos, com a ocorrência três conseqüências importantes:
A primeira é que as células vão se acostumando com aquelas emoções, isto é, com aqueles peptídeos que as alimenta, que por sua vez, terão cada vez mais fome, mais necessidade deles, exigindo-os em quantidade cada vez maior. Em outras palavras, assim como as células mandam mensagem exigindo mais comida, também enviam pedidos de mais amor ou qualquer outro sentimento que estejam acostumadas a se alimentarem. Esta aí uma explicação que pode justificar a dificuldade que temos em abandonar um vício.
A segunda conseqüência é o constante bombardeio pelo mesmo peptídeo, ou seja, o mesmo estado emocional faz com que a célula comece a transformar receptores – fechaduras - para outros tipos de peptídeos, em receptores para os peptídeos provenientes das emoções mais intensas e mais freqüentes, iniciando assim um circulo vicioso. Simplificando, podemnos dizer que a repetição faz o hábito.
A terceira é quando as células já viciadas, adulteradas, se reproduzem, gerando novas células com mais receptores, mais fechaduras para aquela determinada emoção. Assim, as novas celulas já nascem com uma nescessidade maior daqueles peptideos, fortalecendo a dependencia. Isto vem confirmar as citações “a mente constrói o corpo” e “somos o que pensamos” entre outras.
Dessa forma, podemos concluir que estas descobertas podem trazer uma importante contribuição para melhor compreendermos muitos transtornos emocionais, tais como: a raiva, depressão, ansiedade e a até mesmo a obesidade daquele meu amigo. Portanto, cuidado com as repetições, pois podem se tornar um obstáculo muito difícil de superar, uma vez que podem modificar o nosso próprio organismo. Boa semana.
Comentário por Ana — 10 janeiro 2009 @ 12:55
Muito bom!
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