Ana conseguia tolerar algumas emoções muito bem, mas não outras. Tinha um bom emprego, um filho maravilho e um marido amoroso, mas se sentia culpada por estar triste, cansada e indisposta.
Quando me procurou, ela disse duas frases bem importantes: “não posso me sentir assim, porque tenho tudo o que sempre quis” e completou com “outras pessoas estão em situação pior do que a minha, mas sou eu que estou deprimida. Acho que sou muito egoísta.”
Ana se sentia culpada por suas emoções que considerava negativas e como evidência, achava que por ter “uma vida boa”, não tinha direito à tristeza, ansiedade, raiva. Também sentia vergonha porque achava que os outros pensariam que ela era mimada e não valorizava o que tinha.
Esses sentimentos de culpa e vergonha se somaram à tristeza e a ansiedade – deixando-a mais deprimida e ansiosa.
Esse tipo de pensamento pode até parecer fazer sentido, mas ele é parte de um raciocínio muito comum em quem costuma invalidar os próprios sentimentos e tenta regular as emoções de um jeito ERRADO!
Emoções difíceis e desagradáveis fazem parte da experiência humana e nos alertam sobre nossas necessidades. Aprenda a validar, respeitar e compreender as suas. A validação emocional é uma forma de autocuidado muito importante e eficaz.
Mesmo que você não perceba, a repetição dessas frases diz sobre a forma que você se vê e lida com suas emoções. A percepção de que o seu sentimento não faz sentido, não vale a pena ou é algo sem importância, pode fazer você se entender como inferior e inadequado no mundo.
Uma das formas mais funcionais de lidar com emoções desconfortáveis é acolhê-las, entendendo que o que nos afeta é importante para nós e fala sobre nossas necessidades.
Reprimir ou tentar se esquivar das suas emoções só vai aumentar a sua frustração e sensação de impotência.
É claro que fazer um movimento contrário a isso não é fácil, já que invalidar emoções é cultural e provavelmente você traz essa ideia desde a infância. O importante a princípio é entender que é possível transformar essa forma de lidar com suas emoções, sem precisar se inferiorizar ou invalidar seu sofrimento.
Me diga uma coisa...
Em algum momento da sua vida, aprendeu que ansiedade e tristeza eram sinais de fraqueza ou que não era certo ter raiva ou inveja? Te ensinaram que ter algumas emoções e expressá-las – por exemplo, chorar – era infantil, coisa de fraco, irritante ou tentativa de manipulação?
A culpa e vergonha que você sente sobre suas emoções foram aprendidas na infância e ensinadas por pessoas muito bem-intencionadas, mas a verdade é que esses comentários “de apoio” invalidam e depreciam seus sentimentos.
Eles podem fazer você acreditar que suas emoções não são importantes para as outras pessoas – é como se tivéssemos a obrigação de “ficar bem” o tempo todo, porque alguém disse que está tudo bem.
E sabe qual é a verdade? ESTÁ TUDO BEM em não estar “tudo bem” 😊.
Por mais que seus pais e amigos estejam bem-intencionados, é importante que você sinta que os outros não só se importam com seus sentimentos, mas que têm tempo e interesse por eles.
Você já deve saber que se deixar levar sempre pelas suas emoções, não é uma boa ideia, né? Afinal, quem nunca tomou uma decisão em um momento em que as emoções estavam intensas e se arrependeu depois, que atire a primeira pedra.
Pode ter sido uma promessa em um momento de felicidade e que, depois você percebeu que não poderia cumprir ou alguma palavra mais dura quando estava com raiva e que, depois se deu conta de que pegou pesado.
É claro que você não deve reprimir suas emoções, já que fazer isso pode te sobrecarregar. Porém, elas não podem ser as responsáveis por todas as suas decisões. Seus valores e objetivos precisam estar acima dos seus sentimentos para que você não deixe de fazer o que é certo, só por ser difícil.
A ideia é que você aprenda a perceber, controlar e viver as suas experiências de um jeito que não seja prejudicial nem para você nem para as pessoas com quem convive. É importante que você tenha uma relação mais saudável com suas emoções.
Conhecer e reconhecer suas emoções, conseguir nomeá-las, se permitir sentir qualquer coisa e compartilhar de forma saudável as suas dores, é um processo de autocuidado fundamental.
5 habilidades fundamentais para ter uma relação mais saudável as emoções:
· Reconhecer suas próprias emoções;
· Reconhecer as emoções dos outros;
· Conseguir regular elas quando necessário;
· Saber se aproveitar delas quando elas te impulsionam;
· Saber aplicar as habilidades anteriores nos relacionamentos.
Parece difícil? Mantenha a calma e seja forte, pois existe uma luz no fim do túnel!
A psicoterapia é o seu ambiente seguro para acessar suas vulnerabilidades sem julgamentos. Por isso, a terapia pode ser o seu início de uma nova vida. Que tal começar hoje mesmo a cuidar de você?
4 PASSOS SIMPLES PARA PARAR DE SE SABOTAR
Planeje o futuro.
Seja amanhã ou daqui 5 anos, é sempre bom termos algo definido no papel. Esse hábito reduz seus níveis de ansiedade e aumenta sua produtividade. Planeje e tenho um passo-a-passo das tarefas que pretende realizar.
Conheça e aceite seus limites.
É uma tendência universal querer fazer tudo ao mesmo tempo e corrigir todos os erros da rotina de uma única vez, mas sabemos que isso gera estresse, ansiedade e cansaço. Portanto, sempre estabeleça um limite e vá devagar.
Construa uma "caixa de ferramentas".
Faça uma lista de coisas que te fazem bem e deixe ela de fácil acesso para quando precisar se lembrar das coisas que melhoram o seu humor. Coloque itens simples como uma música, o nome de um amigo ou contato com a natureza.
Valide suas emoções.
Reconheça, nomeie e busque formas de validar suas emoções. Tenha cartões lembrete para te ajudar a notar que suas emoções são importantes e sinalizam sobre seus valores.
Ao se sentir ansioso, é provável que você tenha a sensação de não ter o que fazer, ficando agitado e preocupado. Porém, na terapia você aprende técnicas para se auto acalmar e enfrentar desafios, dando um passo por vez e com apoio especializado.
Além disso, você aprende como se prevenir de crises de ansiedade, cuidar do seu corpo, se organizar e manter uma rotina saudável. Parece bastante coisa, não é? Só que é mais simples do que você imagina.
Faço atendimentos presencial (em Vitória da Conquista) e online (qualquer lugar do mundo) e estou sempre me desenvolvendo meus estudos e práticas para ajudar você em qualquer situação da sua vida.
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