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terça-feira, 17 de março de 2009

Vento e Água - por Vagner Heleno

ao fogo que consome para arder
eu sou água, para acalmar a dor
e se o fogo consome com razão
eu sou vento, para trazer torpor

e se o fogo insiste em se espalhar
varro o campo ao redor da labareda
e rego a relva seca com suor e labor
e sopro as cinzas para que ninguém as veja

d’água o húmus da natureza,
nascer o mato
da queda d’árvore da macieira
brotar do fruto
da flor do coito em serenata
de abelhas
encontrar no ventre da boca
o falo profundo

do vento enunciando a chuva imodesta
o temporal
do uivo da minha voz afirmar o meu estar
a bonança
nem virar o mundo, mas contorná-lo
mar a mar
carregando o suspiro das folhas a farfalhar
em brisa me retiro, sou como um menino
na folia de ser e estar


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.

2 comentários:

Anônimo disse...

oi oi, ficou incompleto o último verso
é assim:
"na folia de ser e estar"

valeu

Anônimo disse...

ops, talvez meu navegador tenha ocultado, algumas letrinhas... então... desculpa, alarme falso... hehe