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segunda-feira, 23 de março de 2009

Coquinho no Matagal - por Bruno D’Almeida

Ana, sua peste cabeça dura,
fazendo tempestade em copo vazio!
Minha admiração por você é um rio
cristalino e de alma pura.

Indiazinha feliz contra o baixo astral
é um mote para a tupinambá Raquel,
que vive desvairada a lutar contra o mal
de um mundo imaginário de papel.

Como pode levantar suspeitas
de seu fã mais declarado!
Que sempre contempla a colheita
de seu poético arado.

Eu rio todos os dias
dos seus versos, birras e agonias;
e reverencio as melodias
de seus sóis gelados de fantasias.

Se você quer briga, sua ordinária,
eu amolo minha faca de versos no céu,
invoco meus deuses sem pátria,
rasgo o bucho e te mando para o beleléu.

Não vou, por mais que tudo nesse mundo,
te chamar de cachorra ou de lacraia,
indigna de meu coração vagabundo,
alma penada ou qualquer coisa que valha.

Eu adoro, admiro e respeito
a nossa bela e recente amizade,
prefiro mesmo o doce leito
a uma guerra de dor sem vontade.

Mas não venha procurando confusão,
alegando traição ou punhalada,
porque quando retado eu viro o cão,
dou patada, palavrão e cacetada.

É bom aceitar e tudo esquecer
e fazer as honrarias da casa.
A você caberá escolher
se eu te afago ou te dou um tapa.

Pense bem, coisinha linda,
sou o amigo e o inimigo ideal,
perto de mim a Raquel é fichinha
que cata coquinho no matagal.

Vamos selar e desejar a paz,
colocando as mãos nas alturas
ou então lascou, deu para trás,
Ana encontrou adversário à altura.
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