Mais uma quinta-feira normal e nublada, até que um estrondo entra pela sua janela, parecendo ser um atropelamento. Olhando para fora, você avista um motoboy e um destroço do que seria seu veículo de trabalho.
Um tumulto é então formado, todos querem saber e ver se está vivo ou morto entre outros pormenores. Mas a ambulância só é chamada quando uma pessoa NÃO SE ENVOLVE com a cena e tem a visão crítica de que o motoboy precisa de cuidados e não de curiosos.
Não se sabe porque e nem como ele caiu, mas já se escutam rumores de que o motoboy estava correndo, o motoboy estava errado, o motoboy isso e aquilo. Enquanto, decentemente, uma pessoa grita no burburinho “o motoboy escorregou no asfalto molhado pela chuva”, calam-se todos e aos poucos vão embora.
Trinta minutos depois, a ambulância aparece e o socorro é prestado. E a vida volta ao normal. Com o mesmo individualismo, egocentrismo e todos os ISMOS humanos. Até que outro motoboy caia e tudo recomece.
Visitem Ninguém Envolvente
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2 comentários:
É isso aí, Ninguém. A banalização do sofrimento e da morte... É o que vivemos, foi o que criamos, é o que nos revolta. A Era da Indiferença, do descaso, do individualismo. Fazer o quê?... Não mudar de era, tornar-se totalmente fora de moda, mas fiel aos seus valores.
Beijos.
E mais: exatamente o que você descreve: as pessoas falam de forma desvinculada, aleatória, um discurso egocêntrico-paranoide-sensacionalista de causar desespero em qualquer pensante.
O pessoal tá ficando doido de pedra!
Haja lucidez pra conviver com isso!
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