Creative Commons License


Bem-vindo ao Duelos!
Valeu a visita!
Deixe seu comentário!
Um grande abraço a todos!
(Aviso: Os textos em amarelo pertencem à categoria
Eróticos.)




segunda-feira, 11 de maio de 2009

Albert Camus (Biografia) - Enviada por Ana

Albert Camus (Mondovi, 7 de novembro de 1913 - Villeblevin, 4 de janeiro de 1960) foi um escritor e filósofo nascido na Argélia. Na sua terra natal viveu sob o signo da guerra, fome e miséria, elementos que, aliados ao sol, formam alguns dos pilares que orientaram o desenvolvimento do pensamento do escritor.
Filho de um francês e de uma descendente espanhola, cedo Camus já conhece o gosto amargo da morte. Seu pai morreu em 1914 na batalha do Marne durante Primeira Guerra Mundial. Sua mãe então foi obrigada a mudar para a cidade de Argel, para a casa de sua avó materna, no famoso bairro operário de Belcourt onde, anos mais tarde, durante a guerra de descolonização da Argélia houve um massacre de árabes.
O período de sua infância, apesar de extremamente pobre, é marcada por uma felicidade ligada à natureza, que ele narra nao só em o “Avesso e o Direito”, mas também em toda a sua obra. Na casa, moravam, além do próprio Camus, seu irmão (que era um pouco mais velho), sua mãe, sua avó e um tio, um pouco surdo e tanoeiro. Profissão esta que Camus seguiria se não fosse pelo apoio de um professor da escola primária M. Germain, que viu naquele pequeno pied-noir um futuro promissor. Sua família, no começo, não via com bons olhos o fato de Albert Camus seguir para a escola secundária. Fazendo parte de uma família pobre, o próprio Camus diz que no começo foi difícil para ele essa decisão, pois ele sabia que a família precisava da renda do seu trabalho, que ele deveria ter uma profissão cedo, e que trouxesse frutos, como a profissão de seu tio. No fundo, Camus também gostava do ambiente da oficina onde seu tio trabalhava. Há um conto escrito por ele que tem como cenário a oficina e no qual a camaradagem entre os trabalhadores é exaltada.
Sua mãe trabalhava lavando roupa para fora para ajudar no sustento da casa. E durante o segundo grau, ele quase abandonou os estudos devido aos problemas financeiros da família. Foi neste ponto que um outro professor foi fundamental para que o ganhador do prêmio Nobel de 1957 seguisse estudando e se graduasse em filosofia: Jean Grenier. Ambos os professores ganham livros dedicados a eles. Jean Grenier, por exemplo, tem “O Homem Revoltado” dedicado a ele.
A tese de doutoramento de Albert Camus, assim como a de Hannah Arendt, foi sobre Santo Agostinho.
Mas, neste momento, o absurdo da existência se manifestou mais uma vez na vida de Camus. Após completar o doutoramento e estar apto a lecionar, sua saúde lhe impediu de se tornar um professor. Uma forte crise de tuberculose se abateu sobre ele nesta época. Ele era tuberculoso havia já algum tempo. Esta doença lhe deu a real dimensão da possibilidade cotidiana de morrer, o que é fundamental no desenvolvimento de sua obra filosófico-literária. A tuberculose também o impediu de continuar a praticar um esporte que tanto amava e lhe ensinou tanto: Camus era o goleiro da seleção universitária. Conta-se que um bom goleiro. E seu amor para com o futebol seguiu-o durante toda a vida. E uma das coisas que mais o impressionou quando da sua visita ao Brasil em 1949 foi o amor do brasileiro pelo futebol. Conta-se que uma das primeiras coisas que Albert Camus fez ao pisar no Brasil foi pedir para que o levassem para assistir a uma partida de futebol. Um pedido bastante incomum para um palestrante.
Sob estas diretrizes, não é sem sentido que sua obra (filosófica e literária) tenha o absurdo como estandarte. Grosso modo, seus livros testemunham as angústias de seu tempo e os dilemas e conflitos já observados por escritores que o precederam, tais como Franz Kafka e Dostoiévski. Esta proximidade entre Camus e estes dois autores evidencia uma cadeia que se estende até os dias atuais, indica a fonte de um movimento heterogêneo - abrange arte, teatro, literatura, filosofia -, que por conveniência poderemos identificar como a estética do absurdo. Alguns ilustres filiados a este movimento cujo foco é o absurdo são eles: Samuel Beckett e Eugène Ionesco.
Camus mudou-se para a França em 1939, pouco antes da invasão alemã. Mudou-se principalmente devido às polêmicas com as autoridades francesas na Argélia. Ele havia publicado uma série de ensaios sobre o tratamento que os árabes recebiam por parte dos franceses na Argélia, pois os árabes não eram considerados cidadãos franceses e, portanto, eram subjugados a um governo no qual nem ao menos podiam votar. Crianças árabes morriam de fome, não tinham atendimento médico. Camus nessa época também fazia parte do Partido Comunista, do qual se desvinculou pouco tempo depois. Sua esposa e filhos permaneceram na Argélia e, devido à guerra, nem Camus pôde voltar à Argélia, nem sua esposa e filhos puderam ir para a França. Ele ficou em Paris durante o começo da ocupação nazista, trabalhando em um jornal. Devido à censura e à vigilância constante dos nazistas, a maior parte dos jornalistas franceses mudou-se para a região da França de Vichy. Camus começou, então, a participar do Núcleo de Resistência à ocupação chamada Combat, tornando-se um dos editores do jornal de mesmo nome.
Seu primeiro livro, “O Avesso e o Direito”, assim como “Bodas em Tipasa”, foram publicados quando ele ainda residia na Argélia. Mas durante o tempo da ocupação, além de trabalhar em jornais e editar o jornal clandestino, Camus se dedicou a outra de suas paixões: o Teatro. Ele já havia participado de um grupo de teatro ligado ao partido comunista quando ainda morava na Argélia e, ao sair do partido comunista, montado um outro grupo que apresentava peças clássicas de teatro aos trabalhadores.
Conhece Sartre em 1942 e tornam-se bons amigos no tempo de pós-guerra. Conheceram-se devido ao livro “O Estrangeiro” sobre o qual Sartre escreveu elogiosamente, dizendo que o autor seria uma pessoa que ele gostaria de conhecer. Um dia, em uma festa em que os dois estavam, Camus se apresentou a Sartre dizendo-se o autor do livro. A amizade durou até 1952, quando a publicação de “O Homem Revoltado” provocou um desentendimento público entre Sartre e Camus.
Camus morreu em 1960, vítima de um acidente de automóvel. Em sua maleta estava o manuscrito de “O Primeiro Homem”, um romance autobiográfico. Por uma ironia do destino, nas notas ao texto ele escreve que aquele romance deveria terminar inacabado. Ao receber a notícia da morte de seu filho, Catherine Hélène Camus apenas pôde dizer: “Jovem demais.” Coincidentemente, ela também morre no mesmo ano que seu filho: 1960.
Uma curiosidade sobre o acidente de automóvel: Camus não deveria ter feito a viagem para Paris de carro junto com os Gallimard (Michel, Janine e a filha deles, Anne). Ele iria fazer esta viagem com o poeta René Char, de trem. Mas, por insistência de Michel, ele resolve ir de carro com eles. Char também foi convidado, mas não quis lotar o carro, além de já haver comprado sua passagem (Camus também já tinha seu bilhete de trem comprado). No acidente de automóvel, o Facel-Véga de Michel se espatifou em uma árvore. Apenas Camus morreu na hora. Michel, seu editor, morreu no hospital cinco dias depois. O relógio do painel do carro parou no instante do acidente: 13:55h.

Estudos sobre o autor
BARRETTO, Vicente. Camus: vida e obra. [s.l.]: José Álvaro, 1970.
GONZÁLEZ, Horacio. Albert Camus: a libertinagem do sol. São Paulo: Brasiliense, 2002.
GUIMARÃES, Carlos E. As dimensões do homem. Rio de Janeiro: Paz e Terra: 1971.
PINTO, Manuel da Costa. Albert Camus: um elogio do ensaio. São Paulo: Ateliê Editorial, 1998.

Bibliografia
Révolte dans les Asturies
O Avesso e o Direito
Núpcias
O Estrangeiro
O Mito de Sísifo
Le Malentendu
Lettres à un Ami Allemand

Calígula
A Peste
O Estado de Sítio
Actuelles I
Actuelles II
O Homem Revoltado
L'été
Requiem pour Une Nonne

A Queda
O Exílio e o Reino
Os Discursos da Suécia (publicado juntamente com “O Avesso e o Direito”)
Os Possessos
Resistance, Rebellion, and Death
A Morte Feliz
O Primeiro Homem
Jean-Paul Sartre
Fiódor M. Dostoiévski
.
Fonte: Wikipédia
.

6 comentários:

Anônimo disse...

Fim da estrada

Tenho conhecimento, portanto meios para entender.
Tenho sentimentos, portanto desculpas para sentir.
Tenho sabedoria, portanto razões para viver.
Tenho pensamentos, portanto idéias para exprimir.
Tenho amor, portanto amigos com quem compartilhar.

Vou aumentar o meu conhecimento.
Vou usar a minha sabedoria.
Vou expressar todo o meu sentimento.
Vou escrever as idéias e pensamentos com maestria.
Vou compartilhar meu amor com os amigos.

Andarei por um seguro terreno.
Onde o cuidado estará atento
E onde olharei e verei com clareza
Os amigos, o caminho e a beleza.

Chegarei ao fim da estrada.
Levando tudo ou nada.
E a vida terá sido vivida.
Multiplicada e dividida.

Anônimo disse...

Shintoni,
Gostaria que tirasse o djlfaria e deixasse tudo como Daisy. Aliás, esqueci de assinar o Fim da estrada, que acabei de postar. Obrigada,
Daisy

Daiane Thomé disse...

Algum trabalho para faculdade? =)
ahuauhau Não conheço esse senhor =/

Obrigada por passar no Kabuum beijo!

murilo andrade disse...

voce não disse que era só mandar o perfil?
eu mandei

shintoni disse...

E eu postei.
Abraço.

Ana disse...

Gente!
Adoro Camus! E não conhecia ainda a biografia dele. Valeu!