Não tenho vontade de acordar.
Logo volto praquela gaiola,
Onde, todo dia, eu vou trabalhar.
É que é um lugar nojento:
É só mofo e umidade.
De fora, vem cheiro de lixo
E é palco de iniquidades.
Sempre bate uma depressão,
Quando a semana recomeça.
Fazer um trabalho criativo
É o que menos interessa.
Prossigo tentando fazer
Limonada suíça de limão podre.
Fica difícil de entender
Juntar incompetência, sandice e mente torpe.
É que a administração é tão falha
Que dá nojo e revolta em quem trabalha.
E o que nos mantém neste tédio escabroso,
É mais que necessidade, é consciência do direito do povo.
Então do serviço público não saio.
Morro reclamando até que isto mude.
São quase trinta anos lutando contra o descaso,
Sem acomodação, não cedendo ao crime impune.
Há de um dia aparecer
Gente que nunca se esqueça
Que o melhor no trabalho
É ter qualidade e destreza.
Pois fazendo o que se sabe,
Aquilo que é nossa missão,
A alegria transborda logo,
Aquecendo o nosso coração.
E isso é que leva à saúde,
À alegria e à paz também.
Pois quando trabalhamos de fato
Não estamos fazendo favor a ninguém.
É preciso manter a qualidade,
Ter consciência e amor na profissão.
É a única coisa capaz de ajudar
A reverter tamanha adulteração.
Visitem Alba Vieira
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Um comentário:
Muito bom, Alba!
Adorei!
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