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quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Roubada - por Alba Vieira

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Roubada. Assim me sinto hoje e tenho estado desta forma na maior parte das vezes. Roubada de mim mesma, saqueada na minha energia, na minha paciência, na minha capacidade de amar. Eu preciso de mim: tenho que ouvir meus gritos abafados, meu choro contido que parece que vai explodir meu peito. Não consigo me dedicar a mim, eu que conheço agora tanto mais sobre minhas necessidades. Por que é que tenho que ignorar meus pedidos, já quase súplicas, adiar meu desejo, me tratar como se dura eu fosse quando extravaso em sensibilidade? Eu que não sou seca, que broto umidade de todos os poros, eu que anseio me expressar com sentimentos, eu que estou frágil e de tão vulnerável me derreto e perco os limites de mim, tonteio e morro. Morro, sim, a cada dia, morro de asfixia crônica, por não poder respirar o que sou. E eu sou tanto e gosto tanto do que sou, que só a morte poderá me impedir. Eu, ainda lagarta, presa, gosmenta por estar ligada a um casulo que me aprisiona, já sinto em mim a leveza, a beleza, a possibilidade, a transmutação em borboleta que sou.
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