Querido Brógui:
Como qualquer pessoa que já ultrapassou a barreira dos trinta anos e ingressou de vez na fase da decrepitude, a cada dia que passa descubro que um pedaço de mim sente dor. É dor no joelho, é dor nas costas, é dor no ombro, dor no punho, é dor no dedo indicador da mão direita. Dedo indicador da mão direita? É. No dedo indicador da mão direita. Uma dor tão específica, que eu duvido que exista algum supermegaortopedista especialista com pós-doutorado em Harvard que possa dar conta dela.
Antes que os engraçadinhos de plantão digam que a dor adveio de tanto eu tirar meleca, já vou advertindo que eu já detectei a origem da pereba: é o mouse do computador, essa máquina dos infernos que também acabou com meu ombro, meu punho e minhas costas. Não, o joelho sempre foi bichado, mesmo antes de Bill Gates nascer.
Para solucionar esse pequeno, mas extremamente incômodo problema, decidi começar a usar o mouse com a mão esquerda. Você já tentou isso? Tente.
Primeiro, a setinha fica descontrolada na tela. Ela não vai pro lugar que você quer. Nem que você urre e a ameace de morte. Acho que alguém com Parkinson seria mais ágil.
Depois, para ajudar o movimento a ficar mais coordenado, você se pega mexendo com a mão direita também. Você fica arrastando a mão vazia na mesa até ela ficar esfolada. Daí você percebe que o mouse não está lá, está na outra mão.
Depois, pra segurar a mão direita que insiste em se mover à revelia, você decide amarrá-la no braço da cadeira. Aí você percebe que precisa dela para digitar, a menos que queira também aprender a usar o teclado com a ponta do nariz.
Uma semana depois, você já consegue direcionar a setinha do mouse, a mão direita está mais ou menos sob controle, mas ainda se enrola com o clique dos botões. Ensinar pra mão esquerda o que é botão da direita e botão da esquerda é tarefa complexa. Indicador no botão da esquerda, dedo médio no botão da direita. Ou será o contrário? Por via das dúvidas, use apenas um dos dedos. Escolha o que lhe faz mais feliz.
Finalmente, após quinze longos dias, você consegue digitar um pequeno texto sem se contorcer como se tivesse tendo uma convulsão, fazer caretas, trincar os dentes e derrubar o teclado.
E o meu dedinho? Continua doendo.
Como qualquer pessoa que já ultrapassou a barreira dos trinta anos e ingressou de vez na fase da decrepitude, a cada dia que passa descubro que um pedaço de mim sente dor. É dor no joelho, é dor nas costas, é dor no ombro, dor no punho, é dor no dedo indicador da mão direita. Dedo indicador da mão direita? É. No dedo indicador da mão direita. Uma dor tão específica, que eu duvido que exista algum supermegaortopedista especialista com pós-doutorado em Harvard que possa dar conta dela.
Antes que os engraçadinhos de plantão digam que a dor adveio de tanto eu tirar meleca, já vou advertindo que eu já detectei a origem da pereba: é o mouse do computador, essa máquina dos infernos que também acabou com meu ombro, meu punho e minhas costas. Não, o joelho sempre foi bichado, mesmo antes de Bill Gates nascer.
Para solucionar esse pequeno, mas extremamente incômodo problema, decidi começar a usar o mouse com a mão esquerda. Você já tentou isso? Tente.
Primeiro, a setinha fica descontrolada na tela. Ela não vai pro lugar que você quer. Nem que você urre e a ameace de morte. Acho que alguém com Parkinson seria mais ágil.
Depois, para ajudar o movimento a ficar mais coordenado, você se pega mexendo com a mão direita também. Você fica arrastando a mão vazia na mesa até ela ficar esfolada. Daí você percebe que o mouse não está lá, está na outra mão.
Depois, pra segurar a mão direita que insiste em se mover à revelia, você decide amarrá-la no braço da cadeira. Aí você percebe que precisa dela para digitar, a menos que queira também aprender a usar o teclado com a ponta do nariz.
Uma semana depois, você já consegue direcionar a setinha do mouse, a mão direita está mais ou menos sob controle, mas ainda se enrola com o clique dos botões. Ensinar pra mão esquerda o que é botão da direita e botão da esquerda é tarefa complexa. Indicador no botão da esquerda, dedo médio no botão da direita. Ou será o contrário? Por via das dúvidas, use apenas um dos dedos. Escolha o que lhe faz mais feliz.
Finalmente, após quinze longos dias, você consegue digitar um pequeno texto sem se contorcer como se tivesse tendo uma convulsão, fazer caretas, trincar os dentes e derrubar o teclado.
E o meu dedinho? Continua doendo.
Postado, originalmente, em 26/08/2008.
.
.
.
Visitem Fatinha
.
Um comentário:
Bem Fatinha, eu devo ter algum problema mental muito, muito grave. Porque eu tenho um amigo que é canhoto e daí eu uso o notebook dele numa boa, usando o mouse à esquerda. E meu cérebro comanda isso direitinho, embora eu tb. não entenda como...Rsrsrs
Postar um comentário