Creative Commons License


Bem-vindo ao Duelos!
Valeu a visita!
Deixe seu comentário!
Um grande abraço a todos!
(Aviso: Os textos em amarelo pertencem à categoria
Eróticos.)




quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Tribos - por Leo Santos

Olha só, a obesa denúncia do conforto que
desenvolvemos! E a famélica digital da injustiça
social; uns exercitando-se pra “queimar” as sobras,
Faz-de-conta,
outros mendigando, comendo as pontas…

E esse papo de esquerda e direita, cada qual com
sua receita; futebol e carnaval,
a finta e a fantasia, perfeitas.
O canhoto que protestava, já não é desta feita…

Questão de perspectiva,
do lado que aponta a placa;
a lateral direita de quem defende,
é a ponta esquerda de quem ataca…

Agora, são urnas eletrônicas, não há fraude assim;
aperfeiçoamos os meios, apodreceram os fins…

Que fácil prometer, o que outros devem fazer!
Ai Deus os coloca no alto, pra que todos possam ver.

Fragmentada nação, no fundo, veraz nação não é;
tribos içando estandartes, com a força de seus caciques,
e o feitiço de seus pajés.

Compramos inativas armas, pra deter a violência
disseminada. Canetas assassinas impunes, assinam,
os desvios da corrupção; a violência profissional
segue armada. Almas que não se desarmam, fazem a
ocasional, matando a pedradas…
.
.
............................................Visitem Leo Santos
.
.

Hermógenes, Diamante e Carvão - Citado por Alba Vieira

Quando o diamante e o carvão, salvos da ilusão em que vivem, descobrirem que, em realidade, um não é mais do que o outro, nem mesmo diferente do outro, pois são a mesma coisa - o carbono - então deixará de existir a injustiça do primeiro contra o segundo e a revolta deste contra aquele.
Quando libertos da ignorância, da estupidez, do erro, da violência, da espoliação, do ódio, da greve, da guerra, da fome, as ruínas, a miséria, o medo... tudo deixará de existir.
Acabará a luta de classe.
Acabará porque acabará a razão de lutar - a ignorância.
É ela que impede que o carvão e o diamante descubram que, em realidade, são ambos o carbono.
.

Máscaras - por Daisy

.

.
.
.
Máscaras, caras más? Sim,
quase sempre.
Máscaras, carcaças protetoras? Sim,
nem sempre.
Máscaras, disfarces frágeis? Sim,
sempre.
Máscaras são fantasia, imaginação.
Não são parte do real.
Arlequim, Colombina,
Pierrô, Odalisca,
fantasias que encobrem indivíduos.
Não são pessoas de fato.
Para que máscaras? Fantasias? Imaginação?
Coragem para enfrentar, encarar, viver
a realidade.
Vamos deixar as máscaras caírem!
Vamos nos revelar!
Caras más, carcaças protetoras,
disfarces frágeis? Não
Nunca mais!
.
.
.
Visitem Daisy
.
.

Nei Lisboa, “Doody II” - por Kbçapoeta

 
Tenho um carinho despido
Por esse menino travesso
Que vejo quando olho no espelho
Em dias de muito calor
Que esconde, que fica vermelho
E finge que odeia o cupido
E vira uma ideia do avesso
Só pra complicar a dor
Tenho um medo transparente
Um desejo inconsequente
De matar esse vampiro
Que vejo quando olho de frente
Pra trás do fundo do espelho
Em cada noite de chuva
Fico dando conselhos
A uma cabeça viúva
De um coração apagado
Na ponta do dedo da luva
.
.
.
.
.

A Rosa Amarela - por Leila Dohoczki

Era uma vez
Uma rosa amarela
Que vivia num pequeno jardim
E por ter a cor diferente
As outras diziam assim:
“Rosa amarela não existe
Rosa, pra ser perfeita
Tem que ser carmim
Se tiver outra cor me perdoe
Mas é por que é muito chinfrim!”

A rosa amarela sabia
Que ela era rosa com certeza
E não tinha nada de inferior
Se algo a fazia diferente
Era somente a cor.

Todas da mesma espécie
Todas, somente flor.

Certo dia veio a prova
De que todas eram iguais
Pensar daquele jeito ruim
Não iriam nunca mais...

O dono daquela casa
Onde estava instalado o jardim
Chamou o jardineiro e disse:
“Pode todas as rosas
A estação já está no fim”.

O Jardineiro obedeceu
E com sua tesoura da justiça
A verdade revelou...

Todas foram ao chão
Nenhuma rosa sobrou.

A amarela foi a primeira
Bem aos olhos da vermelha
Entre flores e folhagens
Foi pra um vaso sobre a mesa
Harmonia de cores e perfumes
Era mesmo uma beleza.

Tranquila e justiçada
A rosa amarela aguardava
Que a vermelha chegasse.

Quando enfim ela chegou
Não disse uma só palavra
Olhou a sua volta
E simplesmente chorou.

Ela finalmente entendeu
A beleza das diferenças
Vendo o colorido alegre
Daquele vaso sobre a mesa.

A rosa amarela
Com carinho
E num gesto de amor
Sorriu e disse:
“Bem-vinda
à mesa de nosso Senhor”.
.
.
.Visitem Leila Dohoczki
.
.

Augusto dos Anjos, “A Fome e o Amor” - Citado por Penélope Charmosa

Fome! E, na ânsia voraz que, ávida, aumenta,
Receando outras mandíbulas que esbanjem,
Os dentes antropófagos que rangem,
Antes da refeição sanguinolenta!

Amor! E a satiríase sedenta,
Rugindo, enquanto as almas se confrangem,
Todas as danações sexuais que abrangem
A apolínica besta famulenta!

Ambos assim, tragando a ambiência vasta,
No desembestamento que os arrasta,
Superexcitadíssimos, os dois

Representam, no ardor dos seus assomos
A alegoria do que outrora fomos
E a imagem bronca do que inda hoje sois!
.

Resposta - por S. Ribeiro

entender a estatura de minha vontade te parece algo difícil? bem sente e pare tente perceber que me vou e nada fazes para impedir. que fazer tenho a aprovar isto? mastigar-me induzir-te a tocar-me sorrir para teus olhos sem nome? vou-me e não posso te obrigar a suster-me. agarras-me, sim? é por ser branco feito uma ovelha tonta que não terei teus ensejos negros.
.
.
.
Inspirado em A Ovelha Desgarrada, de pgricardo.
.
.
.Visitem S. Ribeiro
.
.