aliás, nem argumento, em minha fraqueza;
o espelho lança em rosto o tempo,
e este arremessa, no regaço da tristeza…
Tardio sangrar estético, perdido,
surpreende, não ter escoado tudo;
entre destroços, um último vagido,
depois sem gestos, inerte, mudo.
O Fado verdugo e o último pescoço,
saciando a sede de seu machado;
tolhendo um pulso que foi só esboço,
de um triunfar não consumado.
Animal que vegeta, portanto, radicado
à taça da sina, e sua overdose;
mercê de um deus grego mal-humorado
que urdiu a clausura, da metamorfose…
Mas Deus não é grego, aliás, sou ateu,
daqueles que abonam obras injustas;
portanto Ele pode, Ele, que é Deus,
restituir os anos, que comeu a locusta...