Eu
não escrevi uma linha
Desde
que o Duelos parou.Os versos... lá p’ras cucuias...
Minha inspiração murchou...
As
letras são minhas amigas,
As
minhas palavras, serpentes.Não escrevê-las me enerva...
Não me entendo mais por gente...
As
palavras são serpentes?
Imagino,
você pergunta.A explicação vem abaixo,
Pois a resposta é profunda.
Serpenteiam
em minha mente
Em
ideias, tramas, colóquios,Debates, cartas, respostas,
Argumentos, solilóquios...
Enlaçam-se
umas nas outras,
Completam-se
(por vezes não...),Dão frutos e às vezes morrem
Antes da concepção...
Enroscam-se
longamente
Qual
rede de DNA,Crescem, se reproduzem...
Meu cérebro, seu habitat.
E
neste ninho sinistro,
De
voltas e voltas sem fim,Não cabem tantas espécies
Se não saírem de mim.
Elas
não se organizam,
Elas
não criam sentido...Apenas em vão proliferam
Num zoológico maldito...
É assim que sinto as palavras
Que ficam aqui represadas.
E eu me torno uma Medusa
Quieta, isolada, ilhada...