o mar,
fiel adepto do
tabagismo,
o faz com largos tragos
infinitos,
permitidos apenas para o
deleite solitário,
fumo áspero da
observância,
de alguém que há eras
espera
por doses
matinais
de ventos frutíferos e
saborosos,
carregados com aromas da
estação;
de alguém que
espera
pássaros de alma
branca
da imensidão das
águas
que chegam
com as primeiras
notas
brancas de
luz,
com penas
graciosas
de
veludo arbóreo, sutil e duro
seres distintos,
raros
como as árvores de plumagem
aérea,
estabelecidas entre as
nuvens,
porto e cais
dessas linhagens
ancestrais,
estalagem de brisa e
migração,
no qual se falam línguas
sussurradas,
próprias a esses lugares
mágicos
e seus seres cultos de
simplicidade;
é a esperada boa nova
esquecida
espera por palavras
soltas,
livres, de alma limpa e
branca,
dançarinas sob chuva
divina
de prata, néctar e
seiva
velho na varanda do
mundo
de esperança calma e
crente,
apego
voluntário
ao vício do fogo
antigo,
às damas de
branco
e casamentos em
jardins
apenas a
vigília
de uma alma
velha, desgastada na
umidade,
mais um vício
louco,
um apego
tosco,
devaneio
nostálgico
de uma vida
passada,
alucinação
profética,
crença particular
desacreditada
o esperar de
uma
espécime
rara,
desconhecida,
inútil,
cansada, antiquada,
num mundo de
pó
e palavras
rápidas
apenas maré, hábito
cotidiano,
diligência prazerosa
vício
voluntário
de um viver,
tão velho
quanto
o
mundo