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(Aviso: Os textos em amarelo pertencem à categoria
Eróticos.)




domingo, 11 de janeiro de 2009

Brasil - por Raquel Aiuendi

Estar atento
À toda hora
É talvez alento
Agora
Tento, será?, agüento
Numa diáspora
Brasileira
Loucura derramada
Como caldo
Na saladeira
É o nosso saldo
Nação-malamada
Em trôpegos
Verbetes
Bêbados
Governantes.

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Abundância - por Adir Vieira

Algumas pessoas são assim, abundantes.
Não é preciso ser letrado, nem ter qualquer especialidade de formação. Não é preciso conhecer quiromancia, astrologia ou outras práticas adivinhatórias para se identificar as “abundantes”.
Basta que usemos de percepção e atenção e, pronto, assinamos embaixo.
É assim a minha amiga. Já nasceu maior que as irmãs. Sempre foi mais fofa, prestes a ser recheada de amor. Cresceu com o sorriso farto, aberto, grande como ela.
Suas roupas fugiam à moda. Seu corpo não permitia segui-la. Fazia questão das vestes enormes, soltas, para que pudesse inflar, sempre, ao sabor da situação.
Pratos pequenos? Vasilhas de tamanho médio? Qual o quê…
Sua predileção era pelos maiores, mais abrangentes, aqueles que pudessem acolher o máximo, sempre o máximo…
E seus sentimentos então? Sempre além da faixa mediana, circundava o volume maior na alegria e na tristeza…
É assim a abundância… Recheios caem pra fora das massas… Cremes pingam pelo chão... Farinhas criam tapetes brancos ao se derramarem…

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Aprendizagem - por Raquel Auendi

Aprendizados em campo aberto, aprendizados em ômegas, betas e betos, entre pinheiros e abetos, rios, correntezas, correntes de elos e não prisões… aprendizados abertos ao horizonte, inatingíveis objetivos vitais… aprendizados que desdizem o não e tiram o melhor do sim, que nos deixam sós e depois assim-assim tão melhores… aprendizados que não justificam a vida por serem ela por si mesma.

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Mãe Destruidora - por Alba Vieira

A despeito do teu valor para os outros
não me serves como mãe
nem te quero perto,
posto que só me fazes mal
desde sempre,
antes mesmo de respirar.
Teus olhos não olham em minha direção
a não ser para ferir;
não encontro braços que me acolham;
muito menos mãos que acariciem;
teu colo magro não aconchega,
nem mesmo existe;
no peito não há seios que possam nutrir;
no local do coração só vejo um grande buraco.
Sei que me pariste,
porém teu ventre foi, é e será sempre oco,
como é tua existência
de mãe destruidora.


Inspirado na escultura Mãe Destruidora, de Alba Vieira.
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Mãe Destruidora - por Alba Vieira

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A intenção de postar imagens neste blog
é propiciar inspiração para textos referentes a elas.
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Eu - por Ana

Eu sou eu. Às vezes não…
Sou alguém que desconheço,
faço coisa inesperada,
eu mesma desapareço.

Depois, quando outros me contam
o que “eu” fiz de besteira,
catatonizo direto,
fico sem eira nem beira.

Tipo morta de vergonha,
muda, sem ter o que dizer,
todo mundo me olhando
e eu… vou fazer o quê?

Sair quieta, de fininho,
me esconder num canto escuro,
pensando, desesperada:
“Qual será o meu futuro?”

O meu eu inicial
é bobinho, educado…
O que depois apareceu,
totalmente inadequado.

Primeiro surgia pouco,
vez aqui, outra acolá…
Depois foi tomando gosto
e não parou de “baixar”.

No trabalho, na igreja,
no bingo, em exposições,
nas férias com o namorado,
no teatro, em conduções.

Eu fui ao psiquiatra,
ele esclareceu niente,
passou uns remédios pra doido,
ganha enganando a gente…

Então fui ao psicólogo,
perguntou de mãe e pai,
infância, temores, sexo,
um ano… no vai-não-vai…

Consultei um pai-de-santo,
procurei centro de mesa,
foi galhada, passe, reza,
e eu continuo na mesma…

Conversei com um exorcista
indicado pelo padre
que leu quase a Bíblia toda
com assessoria da madre.

Eu só ouvia era demônio,
diabo, inferno, satanás,
anjo caído, essas coisas…
Mas não consegui ter paz.

Passei na Universal
no dia do descarrego,
confiando no pastor
que curava mudo, vesgo,

mandava demônio pro inferno,
até um cego enxergou,
mas comigo não deu certo:
a besta não me deixou…

Estou quase desistindo,
minhas forças estão no fim,
eu não agüento esta sina,
eu vou desistir de mim…

Como um ato final,
deixo estas fracas linhas
pra registrar que existiu
um dia, minha vidinha…


....Até que emfim esta peste já era!
....Tão falando comigo, galera!
....Eu vou é cair de vez na isbórnia
....agora que a santinha foi imbora!

....Fuuuiiiiiiii!!!!!!!!!
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Epitáfio - por Alba Vieira

Não chorem a minha ausência.
Só aceito lágrimas de alegria
Ao recordarem os bons momentos
Que vivemos juntos.

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Epitáfio - por Alba Vieira

O amor é o único elo rosado e indestrutível capaz de nos manter ligados a quem nos foi importante durante a vida.
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Epitáfio - por Alba Vieira

Não percam tempo lamentando o que não podem mais viver comigo.
Antes, se inspirem nas lembranças deixadas de tudo que lhes dediquei por amor durante a vida.

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Epitáfio - por Alba Vieira

Você realmente me ama?
E pensa que estou aqui?
Está completamente enganado,
a partir de agora só me encontra
sempre junto de você, dentro do seu coração.

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Epitáfio - por Alba Vieira

Você errou comigo
e agora pensa em pedir perdão?
Deixa disso, caro amigo,
não tô mais nessa não.
Toca pra frente, faz diferente
com algum outro a partir de então.

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Epitáfio - por Alba Vieira

Se a minha morte ajudou alguém
a repensar sua vida,
terá valido a pena
sair de cena tão cedo.

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Epitáfio - por Alba Vieira

Se jóias preciosas se guardam em pequenas caixinhas,
Que dizer do meu valor, se me colocaram aqui, neste caixão?

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Epitáfio - por Alba Vieira

Que as flores regadas pelas lágrimas dos que choram a minha falta possam, como eu, magicamente, renascer outra vez viçosas e coloridas, expressando o imenso amor que continuo a lhes dedicar.

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Epitáfio - por Alba Vieira

Tô indo embora sozinho,
deixando tudo pra trás.
Só vão consciência e amor
quando a morte chega e… zás!

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Epitáfio - por Alba Vieira

Parti chorando? Qual nada!
Fiz cara feia? Cruz-credo!
Dei foi suspiro de alívio,
livre de todo este tédio!

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Epitáfio - por eros.ramirez

Ontem nas nuvens
Hoje a sete palmos do chão

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Para Alceu - por Raquel Aiuendi

Se eu fosse Inês
não seria encantada
com a história
que os homens
têm que fazer
pois seria uma mulher
e sem o encantamento
não entraria no foguetório,
não desertaria e
talvez não fosse
tão conservadora.
O medo não me amedrontaria
e amaria.
Os além-meu-porto-seguro
não me dividiriam.
E se eu fosse Inês

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