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domingo, 10 de maio de 2009

Marcianos Verdes e Todos os Devaneios do Mundo - por Bruno D’Almeida

O filho de três anos de Geysa e Léo sumiu na multidão de um shopping center. Bastou desviar a atenção por um minutinho, vendo os modelos de aparelhos celulares numa loja, e quando o papai foi mostrar o aparato móvel a Zezinho, um artefato com câmera, filmadora, rádio, tocador de música, transferência de dados, função pipoca de microondas e tudo mais, eis que o menino não estava mais do lado do casal. Saem os dois correndo feito loucos da loja.

Imagine um corredor com visão ao infinito cheio de formigas humanas andando pra todos os lados e a ausência de um cotoco de gente. Nunca na vida Geysa viu tantas pessoas juntas e, ao mesmo tempo, sentiu uma solidão tão grande no peito. Léo pensou que tinham sequestrado seu filho, que ele podia estar nas passarelas de acesso ao shopping com uma pessoa má segurando apertado as mãos suaves e tenras de seu precioso filho. Ele podia estar sendo vítima do tráfico internacional de crianças, do tráfico internacional de órgãos, podia ter sido abduzido por marcianos verdes que pousaram no teto daquele palácio de consumismo, todas as desgraças do mundo pairavam na cabeça do jovem casal naquele momento de desespero.

Os seguranças do centro de compras fizeram um esquema especial de busca. Relato físico-psicológico feito pelo pai e passado pelo rádio: criança linda, com cabelos castanhos encaracolados de anjinho do céu, olhos pretos faiscantes de jabuticaba, sorriso encantador, corpo gordinho, vestido com um conjunto azul do Cebolinha e um par de alpercatas bege de couro. Choro. Abraços apertados. Orações e promessas a Deus de nunca mais desgrudarem os olhos do seu maior tesouro. Foram intermináveis quinze minutos de ansiedade, até que um segurança relata aos pais a presença de uma criança com descrição compatível nas Lojas Americanas, ao lado da loja de celulares.

Suspense. Estava lá a criatura pequenininha, com um carrinho de plástico debaixo do braço, escolhendo outro, com um segurança ao lado de braços cruzados e sorriso largo no rosto de dever cumprido. A mãe agarra a criança falando meu filho o que você está fazendo longe de papai e mamãe? Eu tava comprando meu brinquedo, diz o projeto de gente com a maior naturalidade. Mas você não tem dinheiro, Zezinho, retrucou papai. Tenho sim, disse o menino tirando uma moeda de cinquenta centavos do bolso. Flash back. Como um raio, as coisas começaram a fazer sentido.

Almoço de formatura das secretárias executivas. Geysa, amigas da faculdade, respectivos maridos e namorados. Depois dos comes e bebes, um amigo do casal deu uma moedinha ao menino. A família feliz vai em seguida ao shopping, passa pela porta das Americanas, o guri pede um carrinho de presente, o pai diz automaticamente que não tem dinheiro e vai pra loja de aparelhos celulares gastar dinheiro. A criança pensa então em fazer uma surpresa aos pais e comprar seu próprio brinquedo com todo dinheiro do mundo de uma moeda niquelada.

Isso aconteceu há dois anos. E foi justamente numa nova reunião das secretárias, ao rever o dileto amigo do casal que deu a moedinha, que o assunto veio novamente à tona. O causador da confusão disse com sorriso sarcástico que se sentia feliz em ter mostrado a importância de prestar atenção aos filhos e de também revelar o espírito decisório, independente e autônomo do menino. E para eternizar aquele momento, nada melhor do que tirar uma foto dele com a criança segurando uma moedinha. Léo então, humildemente, sacou o celular-câmera-filmadora-máquina-de-lavar do bolso e registrou para sempre a foto predileta do álbum de família.



À Procura da Felicidade - por Ana

Bom. Com Will Smith e filho. Baseado numa história real, conta as desgraças de um pai “solteiro” que se dá bem... Bem no final.



Sinopse e trailer: Cineclick
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E você? Que filme gostaria de comentar aqui?
Gabriele Muccino

Mães Possíveis - por Alba Vieira

Veio à minha mente a seguinte conexão: mãe-guardiã. Pensei no significado de ser mãe. Que complexidade! Que multiplicidade de formas de ser! Como vai além do estereótipo vinculado às campanhas comerciais! Que responsabilidade é ser mãe! Quantas cobranças! Que o digam os que frequentam consultórios de psicanalistas. E como é simples ser mãe deixando-se conduzir apenas pelo instinto!
Mãe é a que concebe, a que geralmente gesta, a que cuida, a que forma, a que guarda e protege (ou deveria). Cabe aos pais, à mãe, em particular, guardar o filho até que ele possa caminhar sozinho pela vida. E, neste aspecto, persiste a diversidade, cada filho tornando-se capaz no seu próprio tempo.
No seu dia as manifestações de apreço se multiplicam, seus valores ficam enaltecidos, a emoção transborda naqueles que contam com suas mães a seu lado e naqueles que a perderam por morte ou afastamento de qualquer tipo. E falam delas como se todas tivessem apenas aspectos positivos. E onde ficam a mágoa, o rancor, a rejeição, a omissão, a maldade, as perversões e tantas variáveis que fazem parte do humano? Porque cada mãe é de um jeito. E todas têm o direito de ser o que são nesta vida de aprendizados. Por que não concebê-las dentro da realidade de cada uma, ao invés de endeusá-las? Até porque a categoria mãe está intrincada numa teia complexa das relações humanas regidas por suas leis naturais, entre elas a de causa e efeito.
Entretanto, quando se fala de mãe, é certo que se acende em nós um grande letreiro luminoso onde se escreve AMOR. E a mãe de cada um expressa este amor dado em abundância, restringido, negado. Seja o que for, no fundo é amor.
Então não seria melhor, ao invés de idealizarmos, dificultando a relação, aceitarmos a mãe que temos, compreendendo, tentando perdoar, adorando, agradecendo de joelhos por ela, engolindo, caminhando ao lado, relevando, odiando, mantendo longe, substitindo etc., todas estas coisas juntas ou separadamente?
Todas as mães são importantes nas vidas dos filhos, mas nem todas são apenas anjos ou demônios. São humanas em toda a sua complexidade e diversidade. Há as que têm vocação para corresponder ao estereótipo, há as que são o oposto dele, há as que grudam nos filhos e exageram, há as que são distantes e omissas, há as chatinhas, as malvadas, as inúteis, as desajeitadas, as competidoras, as depressivas. Há tantas que não caberia aqui citá-las.
Mas para todas elas, as que trouxeram o filho à vida, as que cuidaram e criaram, as substitutas, as de consideração, aos pais-mães, a todos que representam esta categoria, cabe o respeito de todos nós.
E, certamente, cada um de nós, neste dia, terá a quem dedicar o amor e agradecer por ter honrado o título de mãe em sua vida.
Parabéns a todas as mães possíveis deste planeta.
Que possam ter sempre a liberdade de apenas ser.



Visitem Alba Vieira
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Duelando Manchetes VI: Incesto - por Ana

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ESTUPROS INCESTUOSOS


Estou caminhando por entre paredes de casas infernais, onde encontro crianças ingênuas e envergonhadas que desejam cobrir sua nudez com possibilidades inexistentes. Convivo com demônios vorazes, gargalhantes e locupletados que avançam cruéis ante a discordância e a ação protetora. Estou só. Passos isolados, de um cômodo a outro, buscando tecidos que escondam a carne que provoca fome nos olhos injetados de desejo. Sou a que não nega o que existe, a que enfrenta, com medo e asco, todos os detalhes cotidianos de uma vivência homicida. Há palavras e atitudes que matam aos poucos, um horror interminável que se refina com o desenrolar dos prazeres experienciados. Há desespero mudo, contido, suicida, imerso numa eterna noite de flagelos e gritos lancinantes das almas para o céu dos desenganados. Há revolta que se engole inteira, enorme, rasgando por dentro e que se alastra pelo corpo, tornando-o, torneando-o, transformando-o, transpassando-o e transfigurando-o. Há satisfação e alegria que saem de bocas gozantes, de peles gordurosas, de cheiros detestáveis, de salivação excessiva que escorre sobre os limpos. Há crianças tocadas, roçadas e soterradas. Há crianças enterradas vivas torturadas nos quintais e sob os alicerces destas casas. Há crianças mal formadas, mal queridas, mal tratadas. Crianças e demônios e nenhum olhar. Crianças e demônios isolados do mundo, participando de uma festa particular. Crianças que nasceram para o prazer, para a luxúria e a tortura. Crianças que vieram para as delícias da carne, para a secreta volúpia do sexo e da dor. Crianças com sangue e corpos tenros que fazem brilhar os caninos sedentos. Demônios... compreendem-se os demônios. Existem. Mas... crianças? tantas? Que permissão admitiria este cárcere dantesco, esta orgia fúnebre? Que força no universo senão a do acaso e da ausência de lógica? Imolam-se os cordeiros sem tirar-lhes a vida apenas pela perpetração do prazer selvagem. Sem altar, sem ritos, apenas profanação e carnificina. Eu cuido das inocências ensanguentadas, chorando vergonha e pavor. Que lugar é este, me pergunto, que lugar é este?
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Mãe, Instrumento Divino - por Jair Antônio Pauletto

Quando os antigos gregos tiveram a idéia de homenagear Rhea, a mãe dos deuses, sabiamente escolheram o início da primavera como a data mais propícia. Nada mais justo que associar esta maravilhosa estação com o papel de mãe. Desde aquela época, passando pela criação de uma data oficial e sua exploração comercial, tudo o que se fez visa tentar reconhecer a importância da mãe no desenvolvimento da humanidade, porém, por mais criativas e calorosas que sejam as homenagens é impossível retribuir a dedicação e o amor que as mães dedicam a seus filhos.
Dotada de um sentimento proveniente do fundo da alma, ela é a responsável pelo abrandamento das tensões entre os homens e, consequentemente, do progresso da civilização humana. Foi através das atitudes e gestos maternos que o homem se afastou da selvageria e brutalidade do desejo de guerrear. A delicadeza e suavidade da mãe permitiram ao homem descobrir a força do amor que, com o passar dos tempos, floresceu em cada nova geração, frutificando-se nos dias atuais, como o alicerce dos mais elevados princípios da humanidade.
Foram as mães as responsáveis pela sobrevivência da humanidade, não somente por reproduzirem em seu ventre a vida e assim garantirem a multiplicação da espécie, mas principalmente por elevar-nos como seres diferenciados, afastando-nos do domínio dos instintos animalescos, humanizando-nos. Sem este gesto, possivelmente não evoluiríamos como seres humanos e certamente os sentimentos de afeto, aconchego e proteção não seriam experimentados.
O desenvolvimento da força da maternidade foi fundamental para frear a brutalidade masculina que, embora importante em épocas mais remotas, teria colocado em risco ou até extinguido a própria espécie, já que a experiência do aconchego materno experimentado logo nos primeiros momentos de vida foi e é fundamental para o desenvolvimento da personalidade, fato hoje comprovado cientificamente. No entanto, é o sentimento, o afeto que a mãe transmite ao filho, que marca e os liga para a vida toda; esse amor materno é tão importante quanto o alimento que todos necessitamos para viver; nele encontra-se o DNA de todas as formas de amor e alegria que a vida nos oferece. É, também, através da pureza e intensidade da energia amorosa que liga mãe e filho que o ser humano encontra forças para trilhar seus caminhos pelo resto da vida.
A mãe é o instrumento utilizado pelo Alto para promover o crescimento humano, despertando-o como ser espiritual, uma vez que ela é o elo entre o corpo e a alma, ou seja, ela nos abriga e molda fisicamente em seu ventre, enquanto Deus nos atribui a alma. Dotada de uma alma especial, a mãe consegue estabelecer uma conexão permanente com o filho, isto faz com que a dor ou a alegria do filho se tornem extensão da própria alma. Acordar em plena madrugada, cansada pela exaustiva dupla jornada de trabalho e atender ao filho sem reclamar é um ato de amor que somente as mães são capazes de cultivar em seus corações.
Todo o trabalho dos grandes mestres da humanidade, especialmente dos lideres espirituais, não teria alcançado e prosperado no coração do homem se não fosse o papel da mãe. É ela que dá as primeiras direções na vida; é ela que introduz os princípios e valores que nortearão os passos do filho, que o incentiva a aperfeiçoar-se e a buscar novos ensinamentos. Por mais distantes que possam estar fisicamente, jamais perderão o vínculo, assim como os ensinamentos maternos sempre servirão de base para a orientação dos próprios filhos ou simplesmente para efetuar as escolhas da vida.
A multiplicação dos valores e ensinamentos dos grandes mestres deve-se muito mais ao papel das mães em plantar, no coração dos filhos, as primeiras sementes que o papel dos diferentes missionários contemporâneos ou da leitura de livros sagrados. É a mãe, que nem sempre é reconhecida e insuficientemente valorizada, a primeira a semear os principais valores humanos que posteriormente constituem no caráter do homem. Portanto, homenagear as mães é tarefa impossível, mas mesmo sendo impossível expressar o que ela significa na vida de cada um nós, devemos manifestar constantemente todo o nosso amor, de forma que ela possa sentir um pouco da nossa imensa gratidão. Beijos, abraços e todas as manifestações de carinho possíveis estão liberadas e devem ser usadas em abundância neste domingo.
Desde criança, sempre desconfiei que a mãe tivesse uma ligação divina para poder desempenhar um papel tão importante: na família, na sociedade e em toda a história da civilização humana. Mas, somente agora, percebo isso com mais clareza o que me permite dizer de todo o coração: Mães, Obrigado! Sem sua presença nossa existência não teria o mesmo sentido. Feliz Dia das Mães.



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José Régio e seu Nascimento - Citado por Penélope Charmosa

Quando eu nasci,
ficou tudo como estava,
Nem homens cortaram veias,
nem o Sol escureceu,
nem houve Estrelas a mais...
Somente,
esquecida das dores,
a minha Mãe sorriu e agradeceu.

Quando eu nasci,
não houve nada de novo
senão eu.

As nuvens não se espantaram,
não enlouqueceu ninguém...

P’ra que o dia fosse enorme,
bastava
toda a ternura que olhava
nos olhos de minha Mãe...
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Mãe Para Sempre - por Poty

Mãe, dar colo
Dar nanar/ninar
Acalentar
Dar de mamar

Mãe é carinhosa
Amorosa
Talentosa
Cuidadosa

Mãe é sempre protetora

Nem vou chamar de santa,
Mas é caridosa
Atenciosa

Sempre pronta
Para cuidar
Nem se sente cansada
Prontifica-se
E nem quer saber como vai ficar.

Nós, marmanjos,
Pra ela um bebê

Se possível
Nenhum sai de perto dela

Mãe sempre à disposição
Não tem tempo ruim
É capaz de tudo,
Vai seguindo a sua resignação.

Mãe
Mamã, ama-de-leite/babá/criadeira
Mãezinha é só minha
Mamãe, genetriz/genitora/progenitora
Mãe de coração imenso sempre cabe mais um!



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