Depois do respeito que te tive
Vivi como qualquer vive
Alheio ao que o Fado preparou
Fui conselheiro às vezes quando
Teu lamento podia ouvir
Inocente até apontei pra ti
Rumos que só eu estava olhando
Nunca esforcei meu rosto
Pra que te parecesse belo
Aliás, até fui martelo
Quando teu siso vagava o posto
O lobo do tempo soprou as palhas
Da cabana utópica que ergui
Então, ao vê-la ruir
Só me coube guardar as tralhas
Aí caíram as escamas
Que faziam meus olhos baços
Refiz a vereda dos passos
Ante o crepitar dessa chama
Desperto te vi mulher então
A taça da paixão foi servida
Vi a bela, não adormecida
Que lento meu coração!
O vinho que o tempo curou
Flui agora, aroma de terra
O detetive paspalho, o caso encerra
Tinha consigo o que procurou
Certo desrespeito, sem perder a ternura
Dois, enfim, na mesma rede
Quem está morrendo de sede
Lança-se à fonte, sem muita mesura…
Visitem Leo Santos
.