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(Aviso: Os textos em amarelo pertencem à categoria
Eróticos.)




quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Quando as Coisas Conspiram... - por Gio

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Você está tentando dormir. É fim de tarde, início de noite, mas você passou acordado até altas horas fazendo trabalho e quer compensar o sono perdido do dia anterior antes da janta. Uma hora de paz e bom sono, até que...

Seu irmão entra no quarto. Discretamente, sem fazer (muito) barulho, só o suficiente pra te acordar. Então, ele tem a brilhante ideia de ligar o computador para jogar, e decide ficar por lá. Entre cliques, tiros e teclas, você pensa em relevar, afinal o som está baixo e a luz do abajur está virada pra ele, só que...

A porta do quarto fica aberta. A luz da sala ao lado, bem na sua cara. E as pessoas na sala ao lado, com TV, computador ligado e falando pelos cotovelos. A essas alturas, você já está xingando todas as divindades que conseguiu lembrar o nome, mesmo que não acredite em metade delas. Resolve pedir para alguém encostar a porta. Seu irmão atende ao pedido, porém...

Sua cachorra entra antes que a porta seja fechada. Sobe em sua cama, sem tomar o menor cuidado onde está pisando. Você escapa ileso – dessa vez – e não corre com a pobrezinha da cama. Ela se acomoda do seu lado pra dormir. Depois de um tempo, inquieta, resolve sair. Nada demais, não fosse...

O fato de seu irmão ter fechado a porta em vez de encostar. Você se levanta – praguejando mentalmente palavrões em línguas que nem sabia que existia até então – para abrir a porta para o bichinho. Você se recolhe, e pensa que vai dormir. Agora é a vez de o seu irmão sair do quarto (pelo menos esse sabe abrir a porta sozinho). Mais um flash de luz na cara, e a paz tão desejada. E então...

Quinze minutos depois, é hora da janta, e sua mãe vem te acordar. Parece que a soneca antes da janta foi pro espaço.

Não adianta lutar: quando as coisas conspiram, é melhor ficar de acordo com elas.


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Chutando o Balde - por Adir Vieira


Sei que às vezes bate uma vontade louca de extrapolar. Ignorar prazos, horários, programações, mas é muito difícil levar essa irreverência à frente, quando durante toda a vida fomos basicamente treinados para seguir o mundo, de acordo com o mundo.
Talvez tenha sido isso o que me levou a pensar em como essas situações, na vida, não são tão raras.
Tenho assistido, à minha volta, a casos e mais casos em que essa extrapolação se dá de uma hora para outra, sem avisos sequer.
A nós custa crer que aquele ser perfeitinho, completamente dentro dos parâmetros traçados pela família e pela sociedade, tenha se tornado, num piscar de olhos, aquela pessoa irreverente e absolutamente sem compromisso com o mundo.
Não sei se é a mudança de comportamento dentro do mesmo corpo ou se é a própria forma de se comportar que causa estranheza, mas o que sei é que essa nova performance assusta.
Às vezes penso que o ser humano sempre viverá em busca do que ainda não foi ou não fez e pode ser normalíssimo viver o não vivido, mesmo em formas radicais. Vai depender do almejado, se for estranho ou não.
Tive prova disso assistindo a uma entrevista na TV que mostrava uma anciã, sem cara nem jeito de anciã, aos setenta e nove anos, exibindo um corpo sarado e totalmente tatuado, gabando-se de que passava as madrugadas nas baladas e ainda viajava na garupa de motos dos rapazes adolescentes, seus colegas de “festa”. A despeito de sua grande alegria e exuberante vitalidade, ainda assim, por não ser comum, causa estranheza.
Essa mesma senhora, como a explicar-nos sua mudança comportamental, fazia questão de mostrar fotos dos tempos de jovem, de sua época de casamento, enfim, de vários momentos de sua vida certinha anterior e a todos nós pareceu estar mil vezes melhor agora, diante de toda a sua transformação.
Com meus pensamentos vagando em busca do que a modificou, acerto em cheio na minha hipótese: a busca do vigor físico, a busca da alegria de ser jovem, a busca da felicidade sem compromissos, a busca do viver por viver.
Graças a Deus, ainda existem pessoas que, não dando asas a preconceitos baratos, conseguem se realizar, mesmo que seja lá no “finzinho”.



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Saudade - por Alba Vieira

Hoje me recordo com saudade da sua presença entre nós, com seu jeito simples de quem adorava a companhia de pessoas, a boa conversa familiar, as risadas, as brincadeiras, a falta de compromisso. O seu modo de criança encantava a todos. Desde quando apareceu na família, foi amada como se nos conhecêssemos desde sempre. A sua simpatia trazia felicidade para nós e por isso você era bem-vinda todas as tardes. Quando nos trouxe de presente sua filhinha Cássia, aí mesmo é que se tornou mais querida de todos nós. Você guardava para si a gravidade da vida e só compartilhava a leveza, a brincadeira, os sorrisos, mesmo quando seria mais indicado e benéfico para você dividir as dores com os que a compreendiam.
Mas o inesperado aconteceu e a perdemos depois de muita dor e tristeza. Entretanto, existiu sempre a certeza de que os desígnios de Deus devem ser aceitos de forma incondicional, já que há alguma razão de ser para todos eles, mesmo que não compreendamos.
Seu aniversário seria hoje e estaríamos comemorando com você, saboreando todas as comidas gostosas que tanto lhe agradavam no meio de muita algazarra. É muito legal imaginar isto.
Encontrei com a Cássia na academia, de bochechas vermelhinhas e com a sua cara e seu jeito.
É bom constatar que aqueles que amamos estarão para sempre perto de nós. E assim, nunca esqueceremos de você e de tudo que compartilhamos nessa vida. Que onde estiver, esteja em paz.



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Enquanto Você Me Olhava - por Duanny

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Enquanto você me olhava, o vento soprava, minhas pupilas se dilatavam e você me constrangia.

Enquanto você me olhava, minhas pernas tremiam, meu coração palpitava e minha mente gritava, gritava seu nome, gritava pelo seu olhar, gritava por um ato.

Enquanto você me olhava, eu perdia as estribeiras, faria qualquer coisa por mais um pouco desse olhar penetrante, matador, massacrante, que mesmo no silêncio tedioso daquela tarde me fazia ouvir coisas absurdas.

Enquanto você me olhava me corroía, me destruía, tirava minha ferradura e fazia questão de mostrar a todos como você me deixa frágil.

Enquanto você me olhava, eu desejava não estar ali, desejava ser observada e, ao invés de ser despida pelo seu olhar, na verdade eu queria mesmo era ser capturada por ele.

Enquanto você me olhava, eu vomitava imagens incontidas, colocava descarga abaixo todos aqueles momentos, todas aquelas palavras, todas aquelas ações que você pateticamente ignorava.

Isso, quando você me olhava.

Me sentia mulher, me sentia assistida, acreditava em tudo que você ainda não havia me prometido; não sabia o que falar, não sabia te olhar, não sabia te assistir.

Enquanto você me olhava, você simplesmente me olhava.

Viu como você é Ridículo?!



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