Todos os dias, o mesmo ritual se dá.
Sempre no mesmo horário, o ônibus escolar para rente à calçada e a fiscal aguarda pelo menos uns três minutos para que ela, com toda a calma aparente, se desprenda do cinto de segurança e caminhe pelo corredor, como se fora uma passarela, portando sua pesada mochila e o inseparável casaco, faça frio ou não. Sinto que o agasalho, para ela, substitui, naquele trajeto, o abraço caloroso da mãe a protegê-la.
Desce enfim do ônibus e com um sorriso enigmático, tal qual o da Monalisa, encaminha-se para a tia que, ignorando o fato de ela ser uma quase adolescente, recepciona-a com todos os “inhos”, agora tão impróprios para a sua idade.
Livre dos vizinhos e agora já dentro do elevador, ela faz a pergunta principal do dia, tentando adivinhar o que terá para o almoço, sua preocupação permanente, já que tem ordens expressas do pai para não exagerar nas gulodices impeditivas de uma boa saúde.
Hoje, no entanto, desde as primeiras horas da manhã, a tia não consegue esquecer que “aquela nota da prova” tão necessária para que ela permaneça na média, já que escorregou feio na prova anterior, seria divulgada pela professora.
A tia, hábil que é, e não querendo feri-la, na possibilidade de um resultado negativo, espera o melhor momento para inquiri-la e ela, esperta que é, finge não perceber a ansiedade da tia, parecendo saborear aquela vitória sagaz.
A menina entra em casa, troca de roupa, senta-se à mesa para o almoço e ambas caladas, vivem situações diversas em pensamento.
A menina sorri internamente esperando o primeiro passo da tia.
A tia, já visivelmente ansiosa, não desvia os olhos da menina, em busca de qualquer informação a respeito do resultado da prova.
O imediatismo da menina, no entanto, não permite alongar aquela situação e, de pronto, sai da mesa e saca da mochila a prova tão esperada, exibindo 84 pontos.
A sapiência da tia vai a zero quando a menina, com a sua docilidade, pergunta à tia porque ela não quis saber a nota, logo que ela chegou, enfatizando que se tivesse se dado mal, alguma coisa ia ter que fazer para melhorar!!!
Bela forma de viver das crianças. Livres de tudo!
Sempre no mesmo horário, o ônibus escolar para rente à calçada e a fiscal aguarda pelo menos uns três minutos para que ela, com toda a calma aparente, se desprenda do cinto de segurança e caminhe pelo corredor, como se fora uma passarela, portando sua pesada mochila e o inseparável casaco, faça frio ou não. Sinto que o agasalho, para ela, substitui, naquele trajeto, o abraço caloroso da mãe a protegê-la.
Desce enfim do ônibus e com um sorriso enigmático, tal qual o da Monalisa, encaminha-se para a tia que, ignorando o fato de ela ser uma quase adolescente, recepciona-a com todos os “inhos”, agora tão impróprios para a sua idade.
Livre dos vizinhos e agora já dentro do elevador, ela faz a pergunta principal do dia, tentando adivinhar o que terá para o almoço, sua preocupação permanente, já que tem ordens expressas do pai para não exagerar nas gulodices impeditivas de uma boa saúde.
Hoje, no entanto, desde as primeiras horas da manhã, a tia não consegue esquecer que “aquela nota da prova” tão necessária para que ela permaneça na média, já que escorregou feio na prova anterior, seria divulgada pela professora.
A tia, hábil que é, e não querendo feri-la, na possibilidade de um resultado negativo, espera o melhor momento para inquiri-la e ela, esperta que é, finge não perceber a ansiedade da tia, parecendo saborear aquela vitória sagaz.
A menina entra em casa, troca de roupa, senta-se à mesa para o almoço e ambas caladas, vivem situações diversas em pensamento.
A menina sorri internamente esperando o primeiro passo da tia.
A tia, já visivelmente ansiosa, não desvia os olhos da menina, em busca de qualquer informação a respeito do resultado da prova.
O imediatismo da menina, no entanto, não permite alongar aquela situação e, de pronto, sai da mesa e saca da mochila a prova tão esperada, exibindo 84 pontos.
A sapiência da tia vai a zero quando a menina, com a sua docilidade, pergunta à tia porque ela não quis saber a nota, logo que ela chegou, enfatizando que se tivesse se dado mal, alguma coisa ia ter que fazer para melhorar!!!
Bela forma de viver das crianças. Livres de tudo!
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