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domingo, 17 de maio de 2009

As Nossas Palavras X - por Clarice A.

Passaram-se pouco mais de cem anos e ela simplesmente viveu. Bons e maus momentos, dias de tristeza ou de alegria. Era paciente, não tinha acessos de raiva, não se desesperava, era de uma mansidão inacreditável. Para alguns, pessoa sem brilho, que não fede nem cheira, mosca morta, insípida, sangue de barata, simplória demais. Para os que a amavam, a melhor pessoa que conheceram. Ela nunca se preocupou com os julgamentos alheios, viveu de acordo com os conselhos que recebeu da avó ainda menina: se fores sábia, aceitares o mundo como é, e seguires as leis de Deus, muito viverás, só da morte não escaparás.
Em seu leito de morte, cercada pelos que ama, a vida a deixando, apagando-se como uma vela que queima até o final, volta à infância e resgata da memória aquele instante, no colo da avó que enquanto a aconselhava acariciava seus cabelos e lhe dava aconchego, o lugar mais seguro do mundo. Vislumbra a imagem da avó e retribui agradecida o sorriso amoroso, o pensamento que ao longo da vida sempre a acompanhou: vovó sabia das coisas.
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2 comentários:

Alba disse...

Adorei seu texto e imagino que esta pessoa sábia existiu.Aplausos para a autenticidade dela, sua força. E parabéns para você que a cada texto está mais solta, transmitindo nas entrelinhas belas mensagens e me fazendo lembrar de muitas figuras que como esta do seu texto, também passaram pela minha vida. Beijo.

Ana disse...

Legal, Clarice!
Muito bom!
O que se pode fazer com algumas palavrinhas, hiem?! Deu show!
Beijo.